Arranca oferta de obrigações do FC Porto. 7 perguntas e respostas

- Alberto Teixeira
- 17 Março 2025
SAD do FC Porto lançou esta segunda-feira um novo empréstimo obrigacionista. Quanto paga? Onde e até quando pode participar? Quais os riscos? 7 perguntas e respostas sobre esta operação.
Arranca oferta de obrigações do FC Porto. 7 perguntas e respostas

- Alberto Teixeira
- 17 Março 2025
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O que está em causa neste empréstimo obrigacionista?
A SAD do FC Porto tem em curso um novo empréstimo obrigacionista no âmbito do qual avança com duas ofertas em simultâneo:
- Uma oferta de subscrição em dinheiro num montante até 30 milhões de euros
- Uma oferta de troca num montante até 30 milhões de euros, que permite aos investidores troca de obrigações do anterior empréstimo que vence em abril e que paga um juro de 5,25% por estes novos títulos de dívida.
Os títulos têm a maturidade de três anos e oito meses, vencendo em dezembro de 2028.
Os portistas pretendem obter um financiamento de 30 milhões de euros, mas admitem aumentar a oferta, se a procura se revelar robusta.
A anterior operação, realizada há três meses, a SAD só conseguiu financiar-se em 21 milhões de euros, tendo ficado aquém da meta dos 30 milhões, com os analistas a justificarem este insucesso com a instabilidade financeira da sociedade azul-e-branca.
Proxima Pergunta: Quais os riscos de investir?
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Quais os riscos de investir?
É importante ter em conta que as obrigações não têm capital garantido, pelo que os investidores estão expostos ao risco de falência da entidade que as emite.
No caso da SAD portista, os principais riscos estão identificados no prospeto a partir da página 27. São quase 20 páginas com os fatores de risco associados a esta operação e que devem ser tidos em conta antes da tomada de uma decisão.
Entre os principais fatores de risco, os azuis e brancos destacam o facto de a SAD se encontrar numa situação de falência técnica, apresentando capitais próprios negativos de 175 milhões de euros no final de dezembro. O auditor sublinhava na certificação legal de contas que, por conta dos capitais próprios negativos, “existe uma incerteza material que pode colocar dúvidas significativas sobre a capacidade do grupo em se manter em continuidade”.
Se tiver dúvidas, fale com o seu gestor.
Proxima Pergunta: Qual o valor mínimo de investimento?
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Qual o valor mínimo de investimento?
As ordens de subscrição devem ser apresentadas para um montante mínimo de investimento de 2.500 euros, o correspondente a 500 obrigações.
A partir desse montante mínimo, devem ser expressas em múltiplos de cinco euros, ou seja, 1 obrigação. O montante máximo dependerá do resultado da oferta e de eventual rateio.
Proxima Pergunta: Quando e quanto pode receber?
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Quando e quanto pode receber?
Cada obrigação rende uma taxa de juro bruta anual de 5,5%. Os investidores receberão o juro a cada semestre, com o primeiro pagamento a surgir a 2 outubro de 2025 e o último na data de vencimento a dezembro de 2028.
A taxa de rentabilidade líquida de impostos ronda os 3,8%. Mas é importante fazer as contas ao que poderá ter de pagar de comissões junto do seu intermediário financeiro.
Por exemplo, se investir 2.500 euros na aquisição de 500 obrigações (investimento mínimo), a rentabilidade poderá ser negativa se incluirmos comissões, dependendo do seu intermediário financeiro – na maioria dos casos obterá uma taxa líquida em torno dos 2%, de acordo com o simulador da CMVM.
Proxima Pergunta: Até quando se pode comprar ou trocar obrigações?
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Até quando se pode comprar ou trocar obrigações?
As ofertas de subscrição e de troca decorrem em simultâneo, entre os dias 17 de março e 28 de março. O apuramento dos resultados da operação terá lugar a 31 de março, em sessão especial realizada pela Euronext, que gere a bolsa de Lisboa. A liquidação financeira ocorrerá no dia 2 do próximo mês.
Proxima Pergunta: Onde se pode subscrever?
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Onde se pode subscrever?
O ActivoBank, Banco Best, Banco Carregosa, Banco Montepio, CaixaBI, Crédito Agrícola, Caixa Geral de Depósitos (CGD), Abanca, Haitong Bank, BCP e Novobanco foram contratados “para desenvolver os seus melhores esforços” com vista à distribuição das obrigações.
Proxima Pergunta: Para que é que o FC Porto quer o dinheiro?
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Para que é que o FC Porto quer o dinheiro?
A SAD liderada por André Villas-Boas estima uma receita líquida de 28,85 milhões de euros com esta operação, depois de encargos relacionados com comissões e taxas a pagar aos bancos e ao regulador.
Estes fundos visam sobretudo refinanciar o empréstimo obrigacionista 2022-2025, no montante de 50 milhões de euros, segundo explica no prospeto divulgado na semana passada.
Embora as ofertas tenham o valor de 30 milhões, os portistas admitem aumentar o montante de obrigações a emitir, o que poderá fazê-lo até dia 25 de março, mediante o interesse dos investidores.