Consórcio da fileira do têxtil já executou 50% dos investimentos do PRR
Setor diz que ainda há "desafios" e pede que se acelere execução do PRR, dando uma resposta rápida a pedidos de ajustes e garantindo o pagamento atempado dos incentivos.

A fileira do setor têxtil e do vestuário já executou 50% dos investimentos do projeto Lusitano, uma agenda que contempla um investimento de 111,5 milhões de euros e é liderada pela Nau Verde, Calvelex, Paulo de Oliveira, Polopiqué, Riopele e Twintex. Com os projetos a entrarem na reta final de execução, o setor pede que as entidades acelerem a execução do PRR, concluindo com rapidez os pedidos de ajustes e assegurando o pagamento atempado dos incentivos.
“A nossa indústria será pioneira na verticalização de uma cadeia de abastecimento sustentável, amiga do ambiente e irá projetar Portugal globalmente“, sintetizou César Araújo, CEO da Calvelex, na apresentação dos resultados intermédios do Projeto LUSITANO, que decorreu esta segunda-feira na Polopiqué.
O empresário destacou que o investimento desenvolvido no âmbito desta agenda mobilizadora – que conta com a participação de 11 empresas, cinco universidades e centros de I&D e uma associação – vai gerar “um contributo inegável para o crescimento dos dois setores; um impacto socioeconómico positivo; um reforço da qualificação dos trabalhadores; e o desenvolvimento regional em várias zonas do país”.
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Resultados intermédios do Projeto Lusitano foram apresentados esta segunda-feira, dia 17 de março, na Polopiqué Ricardo Castelo -
Projeto Lusitano - Polopiqué Ricardo Castelo -
Projeto Lusitano - Polopiqué Ricardo Castelo -
Projeto Lusitano - Polopiqué Ricardo Castelo -
Projeto Lusitano - Polopiqué Ricardo Castelo -
Projeto Lusitano - Polopiqué Ricardo Castelo -
Projeto Lusitano - Polopiqué Ricardo Castelo -
Projeto Lusitano - Polopiqué Ricardo Castelo -
Projeto Lusitano - Polopiqué Ricardo Castelo -
“Dado o curto horizonte temporal e a ambição do PRR, é crucial que todas as entidades envolvidas acelerem a sua execução para garantir o cumprimento dos objetivos”, apelou César Araújo. O CEO da Calvelex recordou que, “numa altura em que estamos a entrar na reta final da execução das Agendas Mobilizadoras, e não obstante os esforços promovidos, existem ainda vários desafios a ultrapassar”.
Face a estes constrangimentos, nomeadamente de calendário, o representante do setor deixou um apelo à estrutura de missão Recuperar Portugal e ao IAPMEI, para que “seja concluída com brevidade a análise dos pedidos de ajuste submetidos pelas agendas mobilizadoras; se assegure “uma análise célere aos pedidos de pagamento, garantindo o pagamento atempado dos incentivos e da recuperação do IVA para as entidades do sistema científico“; e seja feita a prorrogação “do prazo de execução física e financeira das Agendas por um período adicional de 12 meses, até 31 de dezembro de 2026, assegurando o cumprimento dos objetivos propostos”.
“Se todos contribuirmos para esta missão, os dois setores, têxtil e vestuário continuarão a ser um pilar essencial no desenvolvimento económico de Portugal”, rematou o empresário, destacando que, em 2024, esta fileira era composta por mais de 5.500 empresas, empregando mais de 124.000 trabalhadores, representando um volume de negócios de oito mil milhões de euros e exportando mais de 5,4 mil milhões de euros. “Estes números refletem a importância económica e social da indústria do têxtil e do vestuário”, realçou.
César Araújo aproveitou ainda a presença do ministro da Economia, Pedro Reis, na cerimónia, e de outros representantes de entidades como o IAPMEI e a Missão de Estrutura para sensibilizar estes responsáveis para os desafios globais que a indústria enfrenta e que vão mais além das tarifas dos EUA.
A Europa é líder mundial nas marcas de moda e deve preservar essa posição estratégica e Portugal tem o potencial para ser um pilar da reindustrialização europeia e garantir um lugar de destaque no mercado, não só europeu, mas mundial.
“A liberalização do comércio impôs desafios e limites à competitividade das nossas empresas. Passámos a concorrer com produtos de consumo rápido, que chegam ao mercado europeu através de mecanismos que promovem custos esmagados e a inexistência de valor acrescentado”, atirou César Araújo.
“É fundamental que o Governo insista, junto das entidades europeias para que as empresas e marcas de países terceiros sejam obrigadas a cumprir as mesmas regras impostas às nossas empresas“, apelouo CEO da Calvelex,destacando que “é necessário controlar a entrada massiva destes produtos que concorrem de forma desnivelada com o que as empresas europeias por cá produzem.
Para o empresário, a “atual conjuntura é global e além da enorme incerteza, provocou uma escalada nos custos e a retração do consumo, pressionando, ainda mais, as nossas empresas”.
“A Europa é líder mundial nas marcas de moda e deve preservar essa posição estratégica e Portugal tem o potencial para ser um pilar da reindustrialização europeia e garantir um lugar de destaque no mercado, não só europeu, mas mundial“, defendeu.

Cidália Neto, CEO da Polopiqué, recordou que este projeto prevê, no espaço de cinco anos, “a criação de 350 postos de trabalho, dos quais 45 altamente qualificados e um acréscimo de negócios de até 77,8 mil milhões de euros com a venda de novos produtos”.
De acordo com a líder da Polopiqué, este investimento vai permitir ao setor “evoluir para uma referência na indústria têxtil europeia”, permitindo que o país continue a manter uma posição competitiva “num cenário global marcado por instabilidade e fortes oscilações nos custos das matérias-primas”.
Cidália Neto reforçou que o setor têxtil e do vestuário é um pilar da economia nacional e esta agenda “nasceu para preparar o setor para o futuro”, destacando que este é um projeto focado na inovação, sustentabilidade e digitalização.
“O projeto mais que uma resposta para o presente é uma para o futuro”, apontou. “É essencial criar condições essenciais ao investimento e à inovação. Se queremos um setor forte e sustentável precisamos de um ecossistema forte e político que estimule as nossas empresas”, rematou.
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