Lucros da Jerónimo Martins caíram 20,8% para 599 milhões de euros em 2024
O conselho de administração da dona do Pingo Doce vai propor aos acionistas a distribuição de um dividendo bruto de 0,59 euros por ação, 16% abaixo do anterior. As vendas da empresa cresceram 9,3%.
O grupo Jerónimo Martins, que detém a cadeia de hipermercados Pingo Doce, teve lucros de 599 milhões de euros no ano passado, o que representa uma queda de 20,8% em relação a 2023.
O conselho de administração da Jerónimo Martins vai propor aos acionistas, na Assembleia Geral que se realiza no próximo dia 24 de abril, a distribuição de um dividendo bruto de 0,59 euros por ação, 16% abaixo do anterior, segundo o relatório publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), após o fecho da bolsa.
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 2,9% para os 2,2 mil milhões de euros em 2024, embora a respetiva margem tenha caído 41 pontos base, face ao ano anterior, e fixou-se nos 6,7%.
“As margens operacionais do grupo foram pressionadas pela combinação da deflação registada nos cabazes das diferentes insígnias com a significativa inflação nos custos, principalmente de pessoal, em resultado da subida significativa dos salários mínimos nos três principais países onde o grupo opera”, explicou a retalhista liderada por Pedro Soares dos Santos.
Fundação encaixa mais 40 milhões
A administração da Jerónimo Martins propõe ainda que, destes lucros de 2024, se atribua uma dotação de mais 40 milhões de euros para a Fundação Jerónimo Martins, o que estava previsto aquando do lançamento desta entidade de apoio a iniciativas ligadas a saúde, erradicação da pobreza e formação profissional.
Já era do conhecimento público que as vendas da Jerónimo Martins cresceram 9,3% em 2024, em termos homólogos, para os 33,5 mil milhões de euros devido ao “contínuo investimento das insígnias no reforço da competitividade dos preços e da atratividade das propostas de valor”.
No caso concreto do Pingo Doce, as vendas cresceram 4,5% para os 5,1 mil milhões de euros e um Like For Like (LFL) de 4% à boleia do segmento de Meal Solutions (comida fresca). No Recheio, as vendas atingiram 1,4 mil milhões de euros, 1,9% acima de 2023, com um LFL de 2,1%.
No entanto, é o negócio internacional que se destaca. Na Colômbia, as vendas da Ara atingiram 2,9 mil milhões, 17% acima de 2023, enquanto o EBITDA mais que duplicou para os 96 milhões de euros. Por sua vez, na Polónia, as vendas da Biedronka subiram cerca de 10% para os 23,6 mil milhões de euros e as da Hebe também cresceram a dois dígitos (24,3%) para 583 milhões de euros.
O programa anual de investimento manter-se-á como “primeira prioridade de alocação de capital” e em linha com o dos últimos anos (1,1 mil milhões de euros). Quanto à dívida líquida, aumentou de 2.097 milhões para 3.064 milhões. Já o fluxo de caixa (cash flow), antes do pagamento de dividendos, foi negativo em 62 milhões de euros.
2025 arranca com entrada na Eslováquia
Há precisamente duas semanas, a Jerónimo Martins deu início à operação na Eslováquia com a inauguração de um centro de distribuição e da primeira loja Biedronka neste país da Europa Central, uma zona onde pretende apostar. Em entrevista à agência Lusa, o presidente executivo da Hebe, cadeia polaca de saúde e beleza do grupo, disse que está “à procura de oportunidades” para aumentar o número de lojas na Chéquia e Eslováquia.
“Passados quase três meses desde o início de 2025, a incerteza no que respeita à evolução geopolítica, à dinâmica socioeconómica e ao comportamento dos consumidores nas nossas três geografias, permanece muito elevada. Apesar deste nível de incerteza, mantemo-nos fiéis às nossas prioridades e ao nosso sentido de missão: servir os consumidores, que nos escolhem com os preços mais competitivos do mercado, ofertas diferenciadas e de qualidade, e uma boa infraestrutura de lojas”, conclui o CEO.
No ano passado, o grupo de retalho – proprietário das insígnias Pingo Doce, Recheio, Biedronka, Ara e Hebe – distribuiu mais de 411 milhões de euros em dividendos, o que representa 0,655 euros por cada título da empresa, mais de metade dos lucros de 2023 e um aumento de 19% comparativamente com os 0,55 euros por ação pagos nesse ano (relativos ao exercício de 2022). O valor foi pago a 14 de maio de 2024.
Notícia atualizada às 20h16
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