Teixeira Duarte reestrutura dívidas de 654 milhões ao BCP, Novobanco e Caixa

Construtora refinanciou dívida de 654,4 milhões de euros, com um alongamento dos prazos de reembolso e redução dos juros, ao abrigo do Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas.

O Grupo Teixeira Duarte anunciou esta quinta-feira o refinanciamento de 654,4 milhões de euros de dívida bancária contraída junto do BCP, Novobanco e Caixa, com o alongamento de maturidades e redução das taxas de juro. O montante equivale a cerca de 95% do financiamento obtido junto dos bancos.

A operação foi realizada através da subsidiária EI01 – Empresa de Serviços Intragrupo, onde estava a dívida do grupo, que celebrou “um acordo através do qual procedeu ao refinanciamento e novação integral da sua dívida perante os Bancos”, afirma o comunicado divulgado ao mercado.

“O acordo consubstanciou-se na celebração de dois novos contratos de financiamento num montante global de 654,4 milhões de euros, bem como no estabelecimento de uma nova linha de garantias bancárias de montante máximo de 190 milhões de euros”, acrescenta a Teixeira Duarte.

O refinanciamento, realizado ao abrigo do Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE), segundo apurou o ECO, estabelece “um novo plano de reembolso que prevê um alongamento da respetiva maturidade e uma otimização do seu custo de financiamento”. Ou seja, a Teixeira Duarte poderá saldar os empréstimos mais tarde e ficará a pagar um juro menor, o que tem implícito um corte no valor da dívida para os bancos, mas não no montante nominal.

O acordo agora anunciado prevê ainda a amortização de uma das tranches dos novos contratos de financiamento, no montante de 78,3 milhões de euros, mediante a entrega de ações de cinco sociedades de investimento coletivo imobiliárias do Grupo. A operação, que deverá ser concretizada ainda em 2025, reduzirá a dívida bruta de 654,4 milhões para 576,1 milhões.

A Teixeira Duarte tem vindo a recuperar do embate sofrido com a crise da construção. Em 2023 reduziu os prejuízos em 80% para 2,9 milhões de euros e nos primeiros seis meses de 2024 conseguiu já um resultado positivo de nove milhões. A elevada dívida financeira, equivalente a 8,4 vezes o EBITDA (Resultados antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) em dezembro de 2023, continua a representar um fardo para as contas.

A construtora enfrentava, além disso, elevados reembolsos nos próximos anos. De acordo com o Relatório e Contas de 2023, a Teixeira Duarte tinha de pagar entre 40 e 50 milhões de euros todos os anos entre 2025 e 2028, num total de 179 milhões de euros. A que acresciam 343,6 milhões de 2029 em diante.

“De acordo com as expectativas de evolução futura dos negócios do Grupo Teixeira Duarte, os termos e condições estabelecidos no Acordo irão permitir o reembolso integral dos montantes de capital em dívida”, assegura a empresa no final do comunicado.

O grupo Teixeira Duarte tem a sua atividade dispersa por várias atividades: concessões e serviços, distribuição, hotelaria, automóvel, imobiliário e construção. Esta última é a que tem maior peso, representando dois terços do EBITDA.

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