Indústria automóvel europeia pede redução mútua das tarifas nas negociações com EUA
Setor está apreensivo sobre o risco de desvio de comércio, destacando a incerteza que as medidas tarifárias criam para as cadeias de abastecimento integradas.
A indústria automóvel europeia está apreensiva sobre o impacto das tarifas no setor e defendeu, num encontro com a presidente da Comissão Europeia, a redução mútua de taxas alfandegárias como parte de uma solução de negociação com os Estados Unidos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e representantes da indústria automóvel, como a Stellantis, o BMW, o Volkswagen Group, a Bosch ou a Volvo, entre outros, reuniram-se para debater os efeitos das tarifas dos EUA sobre os carros, peças e veículos comerciais no âmbito do desenho de propostas para uma resposta “mais eficaz” da União Europeia (UE) à política comercial da Administração Trump.
A indústria automóvel manifestou particular apreensão sobre o risco de desvio de comércio, destacando a incerteza que as medidas tarifárias criam para as cadeias de abastecimento integradas – especialmente no setor automóvel – que abrangem ambos os lados do Atlântico.
Os participantes expressaram “apoio à redução de tarifas em ambos os lados como parte de uma solução negociada, um caminho com o qual a Comissão Europeia continua comprometida“, refere o executivo comunitário em comunicado.
De acordo com a Comissão, a indústria automóvel partilhou também “perspetivas sobre o potencial da UE e dos EUA para reduzir barreiras não tarifárias de forma mutuamente benéfica“. E encorajou Bruxelas a avançar na agenda de competitividade, em particular através da aceleração de ações incluídas no Plano de Ação Automotivo.
Em resposta às tarifas de aço e alumínio, após ouvir os Estados-Membros e “660 partes interessadas”, a Comissão Europeia enviou na segunda-feira aos Estados-Membros uma lista com os produtos norte-americanos aos quais irá avançar com taxas aduaneiras adicionais. Esta resposta não é ainda uma retaliação às tarifas adicionais de 20% às importações europeias anunciadas por Donald Trump na semana passada, mas sim às tarifas em vigor desde março.
A votação está marcada para esta quarta-feira. O comissário europeu do Comércio tinha sinalizado que as medidas entrariam em vigor a 15 de abril e as restantes a partir de 15 de maio, mas de acordo com a Reuters, Bruxelas propõe que um conjunto de produtos importados dos EUA tenha taxas alfandegárias de 25% a partir de 16 de maio. Para outros produtos, a Comissão atira as contra tarifas para o final do ano, a partir de 1 de dezembro.
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