Trump cede. Pausa de 90 dias para negociar com 75 países, mas sobe tarifas contra a China para 125%
Presidente norte-americano anunciou uma tarifa reduzida recíproca de 10% durante o período de suspensão das chamadas "tarifas recíprocas". No entanto, contra-ataca a China com taxas de 125%.
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira uma pausa de 90 dias na guerra de tarifas com mais de 75 países e uma tarifa reduzida recíproca de 10% durante esse período de negociação, com efeitos imediatos. Contudo, subiu as taxas para as importações chinesas para 125%, a aplicar-se desde já.
Numa publicação na rede social Truth, Donald Trump revelou que aceitou uma pausa de 90 dias com os países que convocaram representantes norte-americanos para negociar uma solução para a guerra comercial e que “não retaliaram de forma alguma” contra os Estados Unidos”.
Em conferência de imprensa, o secretário de Estado do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, realçou o anúncio de Trump, explicando que aos países a quem foi aplicada a tarifa de 10% irá manter-se a taxa de 10%. Canadá e o México não vão ter tarifas adicionais de 10%, clarificou mais tarde a Casa Branca. A Casa Branca indicou que não ia publicar a lista de países com os quais estava a negociar.
A União Europeia também está incluída na trégua, adiantou a agência Efe, citando uma fonte da administração Trump. “Estou feliz” que a UE tenha retido as tarifas, confirmou, depois, Trump, em declarações aos jornalistas na Sala Oval. O Secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, acrescentou que esperava que a UE adiasse a retaliação.
A União Europeia aprovou esta quarta-feira uma resposta conjunta às tarifas norte-americanas aos produtos europeus de aço e alumínio. Os Estados-membros deram ‘luz verde’ à proposta da Comissão Europeia para aplicar taxas alfandegárias até 25% a uma lista de bens dos Estados Unidos em três fases distintas: abril, maio e dezembro. No entanto, Bruxelas explicou, contudo, que “as contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com uma solução negociada justa e equilibrada”.
O responsável norte-americano indicou que manteve esta quarta-feira negociações com o Vietname, tendo previstas negociações como o Japão, Coreia do Sul e Índia. “Acho que agora temos mais clareza. Vamos negociar de boa fé e esperamos que os outros países façam o mesmo“, afirmou, acrescentando que “esta foi sempre a estratégia do Presidente [Trump], conseguir a máxima alavancagem negocial“.
No entanto, o conflito com Pequim sobe de tom e o chefe de Estado americano anuncia um novo aumento para 125% das taxas alfandegárias aplicadas aos produtos norte-americanos, argumentando com “a falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais”. O imposto já chegava aos 104%.
“Em algum momento, esperançosamente num futuro próximo, a China irá perceber que os dias de roubo aos EUA e a outros países já não são sustentáveis ou aceitáveis”, refere.

Esta segunda-feira tinha entrado em vigor o aumento das taxas americanas sobre os produtos chineses de 34% para 84%, que se junta aos 20% impostos desde janeiro. Um cenário que levou a China a anunciar esta tarde tarifas de 84% sobre os produtos norte-americanos já a partir desta quinta-feira, 10 de abril — acima da taxa de 34% anunciada anteriormente.
Em comunicado divulgado esta quarta-feira, Pequim considera que a Casa Branca cometeu “um erro em cima de um erro” ao aumentar as tarifas contra o gigante asiático e que a decisão do Presidente dos EUA de aumentar as tarifas “é um exemplo típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação económica”.
Depois do anúncio, as bolsas nova-iorquinas dispararam. O Dow Jones subia 2.169,93 pontos, ou 5,76%, para 39.801,82, o S&P 500 ganhava 321,89 pontos, ou 6,46%, para 5.304,66, e o Nasdaq disparava 1.229,20 pontos, ou 8,04%, para 16.497,11.
(Notícia atualizada às 21h42 com mais informação)
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