‘Data centers’ deverão exigir tanta energia quanto o Japão em 2030

O consumo energético global dos 'data centers' vai duplicar até ao início da próxima década, estima a Agência Internacional de Energia (AIE). Em 2024, representaram 1,5% de toda a energia consumida.

Os data centers vão consumir o dobro da energia até 2030, igualando o consumo anual do Japão, “uma das maiores economias do mundo”, sublinha o líder da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.

Este dado consta do mais recente relatório sobre Energia e Inteligência Artificial (IA) da Agência Internacional de Energia (AIE), apresentado esta quinta-feira pelo presidente da agência e pela diretora de Sustentabilidade, Tecnologia e Projeções, Laura Cozzi.

A AIE estima que o consumo de eletricidade destas infraestruturas vai duplicar para cerca de 945 terawatts-hora (TWh) em 2030. “Isto é ligeiramente acima do consumo total de eletricidade do Japão ao dia de hoje”, lê-se no relatório, que identifica a IA como o principal motor deste crescimento.

Os EUA serão responsáveis pela maior fatia desse aumento, sendo que os data centers representarão metade da procura adicional que se projeta para este país até 2030. No final da década, os centros de dados deverão consumir mais energia do que a requerida pelo conjunto das indústrias tipicamente intensivas em eletricidade, como o alumínio, o cimento e os químicos.

Contas feitas, os data centers vão ser responsáveis por cerca de um décimo da procura global por eletricidade até 2030 — ainda assim, menos do que a fatia correspondente à produção de ares condicionados ou de veículos elétricos. Somente cinco anos depois, em 2035, a AIE prevê que o consumo ascenda aos 1.200 TWh.

Em 2024, os centros de dados representaram 1,5% do consumo global de energia, ou o equivalente a 415 TWh. Atualmente, são também os EUA a liderar esta procura, país responsável por 45% do total deste novo consumo. Segue-se a China com 25% e a Europa com 15%.

Globalmente, o consumo de eletricidade por parte dos data centers já cresceu 12% desde 2017, quatro vezes acima do crescimento do total do consumo.

A procura por capacidade de computação tem vindo a aumentar de forma significativa, à medida que acelera a digitalização da economia e aumenta o uso de tecnologias de IA, levando à construção de cada vez mais data centers em todo o mundo. No mercado europeu, Portugal é um dos países que poderá captar uma fatia deste novo investimento, com a PortugalDC, associação que representa o setor no país, a prever uma captação de 12 mil milhões de euros por esta indústria nos próximos cinco anos.

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