Donnet com apoio reforçado para se manter CEO da Generali
A contestação à gestão do CEO do grupo Generali Phillipe Donnet vai perdendo força à medida que novos apoios se alinham para a assembleia geral de 24 de abril e o dividendo sobe 11% em relação a 2023.
Entre as grandes seguradoras mundiais, a vida acionista do grupo italiano Generali tem sido das mais debatidas. O conselho de administração terá de ser reconduzido ou nomeado para o próximo triénio na próxima assembleia geral (AG) a realizar em Trieste, Itália, em 24 de abril próximo e o seu CEO, Philippe Donnet, enfrenta a contestação do terceiro maior acionista Francesco Gaetano Caltagirone, cujos 6,2% do capital correspondem a um investimento de 3,4 mil milhões de euros. Este sugere seis novos nomes para administração de 13 elementos do topo do grupo, arriscando o poder de decisão a ficar muito difícil.

A oposição também conquistava a família Del Vecchio segunda maior acionista com 9,7% do capital, o patriarca Leonardo Del Vecchio – segundo a Reuters – considerava Phlippe Donnet pouco ambicioso na expansão da Generali, privilegiando os dividendos. Com a morte deste, em 2022, sucedeu-lhe Francesco Milleri, e a Delfi, holding da família, tem reforçado na Generali e já revelou pretender crescer a sua posição até aos 20% do capital.
Em contestação também estava a família Benneton e os seus 4,8% de capital e votos. Segundo a Reuters, na próxima AG ainda surgirá uma terceira lista de nomeados para a administração, apresentada por um grupo de gestores de fundos.
Por outro lado, a private equity e maior acionista Mediobanca, tem 13% do capital, que promoveu em 2022 a terceira reeleição de Donnet à frente da seguradora está apoiá-lo para o quinto mandato, 2025-2027. Neste desejo Donnet tem também o apoio das duas mais influentes proxy advisors – a Glass Lewis e a Institutional Shareholder Services (ISS), firmas contratadas por investidores institucionais para aconselhamento sobre questões de governança e votações em AG nas múltiplas empresas em que investem.
A seguradora italiana tem mais de 81% disperso em bolsa, dos quais 55% entre acionistas desconhecidos, ou seja, não ativos no quotidiano, mas atentos à vida financeira da empresa. A gestão de Donnet refletem – segundo a própria Generali – “a eficácia do plano estratégico Lifetime Partner 24: Driving Growth que superou as metas estabelecidas e reforçou a posição financeira sólida da empresa”.
Dividendo sobe quase 12%
O novo plano estratégico da Generali é esperado durante este ano para o horizonte 2027, mas o atual ciclo fecha-se com prémios brutos emitidos a atingirem 95,2 mil milhões de euros, um aumento de 14,9% em relação ao ano anterior, resultado de um aumento por um aumento de 19,2% no segmento de seguros de Vida – que representa 62% dos prémios globais – e de 7,7% no segmento de Não Vida.
O Resultado Operacional alcançou um valor recorde de 7,295 mil milhões de euros, um crescimento de 8,2%, com desempenho positivo em todos os segmentos de negócio e uma contribuição significativa da área de Gestão de Ativos e Património, enquanto o rácio de solvência situou-se em 210%, ligeiramente abaixo dos 220% registados em 2023, devido “ao impacto de aquisições e de um programa de recompra de ações”, explica o relatório da empresa.
O lucro líquido ajustado foi de 3,77 mil milhões de euros, um aumento de 5,4% acima do ano ano anterior, e Donnet propôe um dividendo de 1,43 euros por ação, representando um aumento de 11,7% em comparação com o ano anterior. A capitalização bolsista da Generali atingiu cerca de 48 mil milhões de euros, à cotação desta quarta-feira.
Na última semana, com altos e baixos de acordo com a turbulência dos mercados, a cotação da Generali na Bolsa de Milão foi-se mantendo entre os 29 e os 31 euros, preço alvo indicado pela JP Morgan. No entanto, o Barclays é mais pessimista, recomendando venda, embora tenha subido o seu preço alvo de 24 para 25 euros. Nos últimos 12 meses a cotação das ações Generali subiu quase 32%.
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