Exclusivo Venture-builder Eyer Partners chega ao mercado com um milhão para investir
Até ao final do ano quer ter entre oito a dez empresas em portefólio, adianta Ana Almeida, CEO da venture-building, ao ECO.

Querem investir e ajudar a construir o negócio das empresas participadas. A venture-builder Eyer Partners está a levantar um milhão de euros em capital e, até ao final do ano, quer ter entre oito a dez empresas em portefólio.
Não se trata de um fundo, nem de uma sociedade de capital de risco. “A Eyer é uma sociedade anónima, com investidores privados individuais, e portanto não institucionais”, começa por dizer Ana Almeida, CEO da venture-building, ao ECO.
“Para nós foi muito importante encontrar as pessoas certas para estarem connosco neste projeto. Conseguimos alinhar pessoas com conhecimentos e experiências em áreas diferentes, o que cria valor na diversificação, e acima de tudo pessoas que se apaixonaram pelo nosso projeto e querem também estar próximas dos empreendedores”, continua. “Neste contexto, estamos a levantar cerca de um milhão de euros em 2025, junto de 12 investidores”, revela.
E há planos para já no próximo ano haver novo levantamento de capital, sempre junto de investidores privados. “Face aos nossos objetivos haverá novas rondas de capital começando logo em 2026. Nessa altura iremos igualmente definir o valor da nova ronda, tendo em conta as oportunidades que estivermos a avaliar e o seu potencial”, diz a CEO que, juntamente, com Luís Pedro Duarte (chairman) e José Miguel Azevedo Rodrigues (CTO) constitui a equipa de liderança da Eyer.
Face aos nossos objetivos haverá novas rondas de capital começando logo em 2026. Nessa altura iremos igualmente definir o valor da nova ronda, tendo em conta as oportunidades que estivermos a avaliar e o seu potencial.
“Para nós é muito importante manter o princípio de proximidade e confiança com os investidores, por isso é que os ouvimos e envolvemos na análise dos investimentos e na sugestão de próximas apostas. Nesse sentido, não excluímos a hipótese de podermos ter mais do que uma ronda de investimento em 2026“, admite Ana Almeida.
Construir negócio em conjunto com participadas
Parte da equipa de fundadores (são cinco), a começar pela CEO, tem um percurso profissional ligado à consultadoria. “Ao fim de mais de 20 anos a trabalhar em consultoria, sempre junto de grandes empresas, quis ter uma experiência junto das PME. Durante um ano estive perto dessa realidade e percebi que podia fazer ainda mais e que o desafio me estimulava. A ideia da Eyer surgiu como o concretizar desse objetivo, com mais foco, estrutura e propósito, e acima de tudo, com as pessoas certas”, conta Ana Almeida.
A Eyer Partners é uma venture-building. “O seu propósito é simples, aumentar a probabilidade dos empreendedores serem melhor sucedidos. Percebemos que a economia real real não está atendida com parceiros que conciliem capital, capacidades tecnológicas e proximidade. E daí o ‘building‘, construir, desenvolver”, explica a CEO.
“A Eyer é o parceiro do dia a dia, que complementa a essência do empreendedor, com outras capacidades que não lhe são naturais e que são criticas nos dias de hoje ao crescimento do negócio”, diz. “Estamos a falar em ajudar com as competências tecnológicas, identificando onde a mesma pode ser bem aplicada e a trazer mais produtividade, ajudamos com o pragmatismo e rigor de execução e de melhores práticas de gestão, e também a potenciar as capacidades de comunicação e posicionamento de marca, para além da nossa rede internacional de investidores que garante acesso a novos mercados”, explica.
Muito derivado da nossa experiência e onde acreditamos que conseguimos gerar valor, a nossa apetência está muito direcionada para negócios B2B, na área de serviços explorados através de plataformas. Estas soluções têm enorme potencial de escalar tanto em Portugal como a nível internacional.
O primeiro ano de atividade está “muito focado na criação das capacidades core que vão de forma direta e pragmática ajudar no desenvolvimento das nossas participadas”, afirma Ana Almeida. Neste momento, a Eyer já tem “duas empresas nas áreas de comunicação e da gestão financeira” e está a finalizar a compra de uma terceira e a criar uma quarta na área de produto tecnológico. “Em paralelo, estamos com mais três oportunidades em due dilligence”, revela. “Até final de 2025 o nosso objetivo é o de ter um portefólio com oito a dez empresas”, avança.
O capital — podem ser tickets que variam entre os 100 mil e os 500 mil euros — é sempre aplicado na empresa, por norma, através de um aumento de capital. “Após a definição de um plano de negócio com o empreendedor e identificadas as áreas e capacidades que requerem desenvolvimento e melhoria, o capital é utilizado precisamente para aquisição de serviços ou contratação de recursos que permitam a concretização dos objetivos de negócio”, descreve.
A Eyer não tem um setor de atividade específico na mira de investimento. “O nosso portefólio é diversificado e a dimensão dos negócios que temos avaliado também é variável. Desde empresas que têm menor maturidade e por isso estão numa fase de quase arranque, até outras que já estão no mercado há alguns anos e estão totalmente estabelecidas”, diz a CEO.
Mas admite alguma apetência para negócios virados para o B2B. E explica porquê. “Muito derivado da nossa experiência e onde acreditamos que conseguimos gerar valor, a nossa apetência está muito direcionada para negócios B2B, na área de serviços explorados através de plataformas. Estas soluções têm enorme potencial de escalar tanto em Portugal como a nível internacional”, diz.
“Para nós, o talento é o principal ‘gatilho’ que nos faz ter interesse em avaliar um potencial investimento. Se essa base estiver presente na oportunidade, as garantias de sucesso futuro aumentam exponencialmente”, diz ainda a gestora quando questionada sobre quais os focos de investimento.
A Eyer Partners entra no mercado num momento de instabilidade, com uma guerra comercial em curso com impacto nas bolsas. Poderá ter impacto? Ana Almeida mantém-se otimista.
“Os ciclos económicos sempre trouxeram desafios ao longo dos anos. Foram sendo indexados a fatores diferentes, com impactos também em diferentes setores. Um dos aspetos importantes está em criar negócios resilientes e ter capacidade de reagir às oscilações que vão surgindo”, começa por referir a gestora.
“No contexto em que atuamos ainda não sentimos nenhuma reação de retração ou de dúvida sobre os objetivos. Mantivemos o mesmo plano estabelecido em 2024 e o mesmo está a ser cumprido sem alterações”, garante.
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