FMI recomenda ao BCE que faça apenas mais um corte de juros este ano
Apesar de estar mais pessimista para a economia, o Fundo recomenda que o banco central mantenha a sua taxa de juro em 2%, a não ser que se materialize um "grande choque".
O Banco Central Europeu (BCE) deveria limitar a sua política de cortes de juros este ano a apenas mais uma descida, no verão, apesar dos riscos crescentes que pendem sobre a economia da região, considera o Fundo Monetário Internacional, que, esta semana, cortou as previsões de crescimento da Zona Euro para 0,8%.
“A nossa recomendação é que há espaço para mais um corte de 25 pontos base, no verão, e depois o BCE mantenha essa taxa de juro de 2%, a menos que ocorram grandes choques e haja necessidade de recalibrar a política monetária”, defendeu Alfred Kammer, diretor do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), à CNBC.
A autoridade monetária europeia já desceu por sete vezes as taxas de juro, desde que iniciou o atual ciclo de cortes, no passado mês de junho de 2024, trazendo a taxa dos depósitos para 2,25%, após a redução de taxas anunciada na semana passada.
“Temos uma recomendação muito clara para o BCE, o que vimos até agora é um enorme sucesso no esforço de desinflação e a política monetária funcionou… então esperamos atingir de forma sustentável a meta de inflação de 2% no segundo semestre de 2025“, acrescentou o diretor do Fundo.
Os comentários do responsável surgem depois de o FMI ter divulgado previsões mais pessimistas para a economia. As novas estimativas apontam para um crescimento de 0,8% na Zona Euro este ano, menos duas décimas do que projetava em janeiro, com revisões em baixa para as principais economias, à exceção de Espanha. Em causa está, sobretudo, a elevada incerteza internacional e a guerra comercial, com a instituição liderada por Kristalina Georgieva a esperar agora uma estagnação na Alemanha.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, realçou, na semana passada, que “as perspetivas económicas estão ensombradas por incerteza excecional“. Quanto ao impacto das tarifas, “podemos prever que terá algum impacto no crescimento, mas o impacto líquido na inflação só se tornará mais claro com o passar do tempo”, assumiu.
Em entrevista esta semana à CNBC, Lagarde reforçou que o processo de desinflação na região está quase completo, antecipando que a taxa de inflação se situe em 2,1%, em 2025.
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