Tarifas: Berlim baixa previsão de crescimento económico para zero em 2025

  • Lusa
  • 13:17

Ministro interino das Finanças alemão justificou revisão em baixa com a guerra comercial, que afetará mais severamente a Alemanha do que outras economias, devido ao perfil exportador do país.

O Governo alemão reduziu em três décimas de ponto percentual as suas previsões de crescimento para este ano e prevê agora uma estagnação económica, adiantou o ministro interino das Finanças, Robert Habeck.

“Mais uma vez, tivemos de rever em baixa as nossas previsões para este ano em 0,3 pontos percentuais e esperamos agora um crescimento zero. A principal razão é a política tarifária da Administração de Donald Trump nos EUA”, afirmou Habeck.

“Outra razão é o facto de termos tido uma fase em que o anterior governo já não tinha maioria parlamentar e o novo governo ainda não está formado. Tivemos quase seis meses em que não foi possível organizar impulsos para a economia por parte do Governo”, acrescentou.

Habeck explicou que a natureza orientada para a exportação da economia alemã significa que a guerra comercial a afetará mais severamente do que outras economias.

A revisão em baixa é feita no dia em que o Bundesbank, o banco central da Alemanha, revelou que a economia alemã cresceu um pouco no primeiro trimestre, mas espera que volte a contrair-se no segundo trimestre.

Os economistas do Bundesbank consideram, no boletim mensal de abril, que “a atividade económica na Alemanha pode ter aumentado um pouco no primeiro trimestre de 2025, mas pode sofrer um revés no segundo trimestre”.

A melhoria da atividade económica alemã no primeiro trimestre segue-se a aumentos na produção industrial e no setor da construção, acrescenta o Bundesbank.

“É provável que os prestadores de serviços tenham expandido um pouco a sua atividade, possivelmente encorajados por um consumo privado ligeiramente mais elevado”, consideram os economistas do Bundesbank.

Os economistas do Bundesbank referem ainda que as vendas a retalho aumentaram em janeiro e fevereiro na Alemanha. Mas a tendência económica global é fraca porque a procura interna e externa de produtos industriais alemães é fraca.

A baixa utilização da capacidade na indústria reduz a vontade de investir das empresas. Além disso, o enfraquecimento do mercado de trabalho reduz a confiança dos consumidores.

Os economistas do Bundesbank também preveem novos ventos contrários para as empresas exportadoras alemãs em resultado da política tarifária dos EUA. “Na perspetiva atual, espera-se que a produção económica volte a cair no segundo trimestre”, segundo o Bundesbank.

Apesar da revisão em baixa das perspetivas para o crescimento, o nível de confiança dos empresários alemães na maior economia europeia registou uma melhoria ténue em abril, com o índice a subir para 86,9 pontos, ficando assim acima dos 86,7 registados em março e superando as previsões dos analistas, que apontavam para 85,2 pontos.

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