Crédito à habitação dispara 5,4% e atinge ritmo mais forte desde 2008
Os empréstimos para a compra de casa sobem 5,4% em março ao ritmo mais elevado dos últimos 16 anos e batem novos recordes de quase uma década.
O mercado do crédito à habitação em Portugal está a atravessar um momento histórico. Em março, os empréstimos para compra de casa cresceram 5,4% face ao mesmo mês de 2024, registando “a maior taxa de variação anual desde setembro de 2008”, segundo os dados mais recentes do Banco de Portugal, publicados esta terça-feira.
A instituição liderada por Mário Centeno revela que “o stock de empréstimos para habitação aumentou 908 milhões de euros relativamente a fevereiro, totalizando 104,4 mil milhões de euros no final de março”. Trata-se do montante acumulado mais elevado desde maio de 2014.
“No final de março, havia 1,96 milhões de devedores de crédito à habitação, mais 2476 devedores do que no mês anterior”, destaca ainda o Banco de Portugal.
Este resultado reflete não só o apetite das famílias pela compra de casa, particularmente dos jovens, mas também uma dinâmica de mercado marcada pela pressão da procura, pela escassez de oferta e pelo regresso de alguma confiança dos consumidores no setor imobiliário.
Apesar dos custos de financiamento ainda elevados, a expectativa de descida das taxas de juro e a perceção de que os preços das casas continuarão a subir têm impulsionado a concessão de crédito. O crescimento de 5,4% dos empréstimos à habitação em março não é um fenómeno isolado. Desde o início de 2024 que o stock de crédito à habitação tem vindo a aumentar de forma consistente.
O dinamismo do crédito à habitação acompanha o dinamismo dos restantes créditos. Segundo o Banco de Portugal, “o montante de empréstimos ao consumo e outros fins aumentou 218 milhões de euros relativamente a fevereiro, para 30,8 mil milhões de euros”, que se traduz num crescimento homólogo de 7,1%, superando o do mês anterior.
“A finalidade de consumo apresentou uma taxa de variação anual de 7,3% (7% em fevereiro) e os empréstimos para outros fins voltaram a registar o maior crescimento anual desde julho de 2008 (6,6%)”, destaca ainda o Banco de Portugal em comunicado.
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