Inovação portuguesa além-fronteiras

  • Márcia Pereira
  • 11:30

Falta desafiar o conforto da “zona de segurança” e arriscar numa internacionalização que, mais do que uma opção, se tornou uma verdadeira necessidade.

Uma ideia brilhante, nascida em Portugal, com potencial para atravessar fronteiras e conquistar o mundo. Parece um sonho? Não é! Em 2025, essa é uma realidade cada vez mais tangível para as startups portuguesas que escolhem olhar além do nosso mercado e dar o salto para a internacionalização. O que nasce em Portugal traz consigo uma combinação única de talento, criatividade e inovação. O que muitas vezes falta não é capacidade — é ousadia! Falta desafiar o conforto da “zona de segurança” e arriscar numa internacionalização que, mais do que uma opção, se tornou uma verdadeira necessidade.

Mas, antes de avançarmos, há que questionar: num mercado saturado de ideias, como é que uma startup se distingue? Como é que ela consegue, no meio de tantas outras, ser vista? Não é pelo facto de ser boa no que faz — isso é o ponto de partida, não o diferencial. A verdadeira questão é como transformar essa inovação em impacto global, conquistando novos mercados e construindo relevância fora de portas. Aqui, entra a internacionalização. Para muitos, a palavra soa a um desafio colossal. Para outros, é sinónimo de crescimento, escala e oportunidades sem fronteiras.

Mais do que esta dimensão limitada, o maior obstáculo está na visão limitada. O mundo nunca esteve tão acessível, repleto de oportunidades à espera de serem exploradas. Quantas empresas portuguesas poderiam hoje estar a conquistar mercados internacionais com produtos inovadores? Quantos negócios de sucesso ficam pelo caminho por causa da crença de que só “funcionam” cá dentro?

Será o mercado português pequeno demais para suportar o sonho de uma startup? A verdade é que, quando comparado com mercados maiores, escalar torna-se, de facto, mais desafiante. Precisamos de conquistar uma maior quota de mercado devido à dimensão limitada. Por isso, temos sempre de ser melhores. E, muitas vezes, receamos a comparação com empresas internacionais, convencidos de que partimos em desvantagem.

Mas mais do que esta dimensão limitada, o maior obstáculo está na visão limitada. O mundo nunca esteve tão acessível, repleto de oportunidades à espera de serem exploradas. Quantas empresas portuguesas poderiam hoje estar a conquistar mercados internacionais com produtos inovadores? Quantos negócios de sucesso ficam pelo caminho por causa da crença de que só “funcionam” cá dentro?

A internacionalização não é apenas sobre números e mercados — é sobre crescimento real e transformação contínua. Cada novo país, cada novo cliente, é uma oportunidade de testar, afinar e fortalecer o modelo de negócio. Já não se trata de criar um produto “à portuguesa”, mas sim algo com relevância global, com impacto real na vida de pessoas de diferentes culturas e realidades.

Claro que o caminho é exigente. Vai haver obstáculos legais, culturais e até emocionais. Mas é precisamente nesses momentos que nasce a verdadeira inovação — quando somos obrigados a sair da caixa, repensar soluções e adaptar-nos. E é isso que distingue os projetos resilientes e visionários: a capacidade de transformar dificuldades em valor.

Por isso, o desafio está lançado: deixemos de ver Portugal como o limite e comecemos a vê-lo como a base. Uma base sólida, com talento, criatividade e ambição. O mundo está à espera de ideias com coragem — e as startups portuguesas têm tudo para conquistar esse lugar.

Porque, no fim do dia, a inovação que fica entre portas perde-se. Mas a que se atreve a sair… transforma o mundo.

  • Márcia Pereira
  • Fundadora e CEO da Bandora

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