Merz falha eleição para chanceler no Parlamento alemão

O bloco conservador CDU-CSU de Merz, em coligação com o SPD, ficou a seis votos no Bundestag de alcançar a maioria necessária para a eleição. DAX está a cair mais de 1%.

O líder dos conservadores alemães, Friedrich Merz, não conseguiu reunir a maioria parlamentar necessária para ser eleito chanceler esta terça-feira, numa reviravolta inesperada para a sua coligação com o Partido Social-Democrata (SPD, centro-esquerda). Eleição é repetida em 14 dias, mercados reagem em baixa ligeira.

A União Democrata-Cristã e a União Social-Cristã (CDU/CSU, centro-direita) venceram as eleições federais de fevereiro com 28,5% dos votos. Apesar da vitória, o resultado deixou o bloco conservador liderado por Merz, de 69 anos, longe da maioria necessária para formar Governo sozinho, o que o levou a assinar um acordo de coligação com os social-democratas (que nas eleições tiveram 16,4% dos votos) na segunda-feira.

Porém, na manhã desta terça-feira, a coligação entre a CDU/CSU e o SPD obteve apenas 310 votos no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, quando eram precisos pelo menos 316 votos. Note-se que estes partidos, juntos, ocupam 328 lugares.

O Bundestag tem agora 14 dias para garantir a eleição de Friedrich Merz ou outro candidato a chanceler com uma maioria absoluta, sendo que poderá tentar uma nova ronda de votação ainda esta terça-feira.

Com a sessão parlamentar interrompida, o principal índice da Bolsa de Frankfurt, o DAX, está a cair 1,37%, para 23.023,77 pontos, a yield das obrigações alemãs a dez anos, não sofreu praticamente alterações.

Em 2024, a economia alemã registou uma contração pelo segundo ano consecutivo, de 0,2%, segundo o Gabinete Federal de Estatísticas. A fraca procura global e a concorrência dos produtos chineses comprometeram o desempenho das exportações da maior economia da Zona Euro, que registaram uma queda de 0,8%.

Para este ano, o Governo alemão reduziu em três décimas de ponto percentual as suas previsões de crescimento e prevê agora uma estagnação económica. “Tivemos de rever em baixa as nossas previsões para este ano em 0,3 pontos percentuais e esperamos agora um crescimento zero. A principal razão é a política tarifária da Administração de Donald Trump nos EUA”, afirmou o ministro interino das Finanças, Robert Habeck, em meados de abril.

A Alemanha é o segundo maior mercado das exportações portuguesas de bens, apenas atrás de Espanha. Em 2024, atingiram 9,76 mil milhões de euros, mais 18% em termos nominais, sendo o valor mais elevado desde, pelo menos, 2000, quando arrancou a série de dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

(Notícia atualizada pela última vez às 10h41)

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