PAN quer mais restrições aos voos noturnos e critica Vinci

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

Inês de Sousa Real defendeu o alargamento do período de proibição de voos noturnos de modo a garantir que as pessoas têm "direito ao descanso" mínimo de oito horas.

A porta-voz do PAN defendeu esta quarta-feira um alargamento da proibição dos voos noturnos em Lisboa e criticou a Vinci por não implementar medidas de mitigação do ruído, sublinhando que o Estado está a suportar custos que cabem à concessionária.

Em declarações aos jornalistas no âmbito de um encontro com a plataforma cívica “Aeroporto fora, Lisboa melhora”, na zona do Campo Grande, em Lisboa, Inês de Sousa Real argumentou que é “fundamental promover na próxima legislatura medidas que melhorem a qualidade de vida das populações que são afetadas pelos voos do aeroporto Humberto Delgado”.

A porta-voz do PAN alertou para o impacto da passagem constante dos aviões naquela zona da cidade, apontando que há consequências “não apenas no descanso e na qualidade de vida” de quem lá vive, bem como para o ambiente, devido à “emissão das partículas finas” pelos aviões. Inês de Sousa Real defendeu o alargamento do período de proibição de voos noturnos de modo a garantir que as pessoas têm “direito ao descanso” mínimo de oito horas, como é defendido pela plataforma cívica que reuniu com o partido.

A líder do Pessoas-Animais-Natureza alertou também para o facto de não ser a Vinci, empresa concessionária dos aeroportos em Portugal, mas sim o Estado a responsabilizar-se pelas medidas de mitigação de barulho na cidade, como as adaptações das janelas das habitações. “Temos que garantir que não é o erário público, mais uma vez, a pagar a fatura daquilo que é o interesse e o lucro de uma entidade privada”, acrescentou.

Sousa Real apelou ao Governo que exija à Vinci o cumprimento das medidas de mitigação de ruído para limitar a “degradação da qualidade de vida da população” e reduzir o impacto ambiental do aeroporto. A líder do PAN alertou ainda para questões de segurança, afirmando que a cidade corre riscos acrescidos dada a localização do atual aeroporto da capital.

“Para além da degradação da qualidade de vida, também não nos podemos esquecer que há aqui questões de segurança. Se algum dia existe algum acidente em Lisboa com um avião, sabemos que há, evidentemente, danos que não ocorreriam se fosse fora da cidade com outro tipo de infraestruturas”, acrescentou.

Também esta tarde, em declarações após uma visita à associação Crescer, a líder do PAN enfatizou a sua oposição à construção do novo aeroporto em Alcochete, insistindo que essa solução “não vai, de todo, resolver o problema da área metropolitana de Lisboa”.

“Não nos faz sentido que a solução passe por um aeroporto que vai ficar numa zona suscetível a cheias, que poderá vir a ficar inundada, que vai custar também mais de 10 mil milhões de euros aos contribuintes e que também não vai resolver os problemas do ruído da área metropolitana, muito pelo contrário”, afirmou a líder do PAN.

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