Fusões e aquisições em Portugal caem 30% até abril

Registaram-se 155 negócios no valor acumulado de 1,4 mil milhões de euros, o que representa uma queda de 30% no número de transações. Imobiliário e tecnologia foram os setores mais movimentados.

O mercado de fusões e aquisições (M&A – Mergers & Acquisitions) mantém-se no vermelho. O contexto de incerteza na economia nos mercados esfriou os negócios de consolidação, compra e venda, que voltaram a cair significativamente em comparação com o ano passado.

Entre janeiro e abril, registaram-se 155 operações em Portugal, no valor acumulado de 1,4 mil milhões de euros, o que representa uma queda de 30% no número de transações e uma diminuição de 62% no capital movimentado, em termos homólogos, de acordo com o relatório mais recente da TTR Data divulgado esta segunda-feira. Importa mencionar que apenas 41% das transações de M&A tiveram os valores publicados.

Analisando apenas o mês de abril, o número de negócios caiu 40%, de 52 para 31. O valor fixou-se nos 461,9 milhões de euros, 3% abaixo de abril de 2024. “Em termos setoriais, o setor de imobiliário foi o mais ativo em 2025, com 27 transações, seguido pelo setor de Internet, software & serviços de TI com 21 operações”, lê-se no relatório da base de dados.

No âmbito transfronteiriço (cross-border), Espanha e Estados Unidos foram os países que fizeram o maior número de investimentos externos de M&A em Portugal nestes quatro meses: 21 e oito transações, respetivamente. Curiosamente, as empresas portuguesas também escolheram Espanha e Estados Unidos como principal destino de investimento: oito e cinco transações, pela mesma ordem.

No que diz respeito aos segmentos de privados (private equity), capital de risco (venture capital) e compra de ativos (asset acquisitions), este trio de categorias de investimento também caiu a dois dígitos. De private equity, registaram-se 17 transações (-29%), de venture capital realizaram-se 32 rondas com startups (-38%) no valor de 176 milhões de euros e 38 transações de asset acquisitions (-32%) no valor de 371 milhões de euros.

O negócio do mês foi a conclusão da aquisição da espanhola Cacesa, por 106,8 milhões de euros, por parte dos CTT. A operação destacada pelos analistas da TTR Data contou com a assessoria da Cuatrecasas Portugal, Lazard e Deloitte. No ranking de advisors jurídicos, o escritório de advogados ibérico lidera em número de transações com 13, enquanto a Morais Leitão encabeça a lista em valor (166,29 milhões de euros). Por sua vez, o Banco Bradesco BBI destaca-se nos assessores financeiros, embora o ranking esteja incompleto com apenas uma operação no radar.

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