Santa Casa vende 12 imóveis num ano por quase 13 milhões. “Processo vai continuar sem urgência desmedida”, diz provedor

A alienação de património imobiliário da SCML irá continuar nos próximos dois anos para atingir 100 milhões de euros. Prioridade será ativos "muito degradados" e terrenos para construção.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vendeu 12 imóveis no ano passado, tendo encaixado quase 13 milhões de euros. A alienação de património imobiliário da SCML irá continuar, pelo menos nos próximos dois anos, de forma a atingir 100 milhões de euros.

“[A venda] vai continuar, como está previsto no plano, até ao final de 2027, para poder totalizar cerca de 100 milhões de euros. É um processo que estamos a gerir com relevância, mas sem urgência desmedida, porque neste momento os meios libertos estão a fazer claramente face às necessidades de investimentos”, disse o provedor da SCML, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Questionado sobre o futuro do património, Paulo de Sousa confirmou que o plano de reestruturação da Santa Casa prevê, como meio de reforço de tesouraria e financiamento de investimento previsto, alienações de “ativos” que não são relevantes para a sua atividade.

Por exemplo, participações que a SCML há mais de 10 anos das quais nunca obteve dividendos nem são críticas para o desempenho da instituição, de acordo com o provedor. Ou “ações de cotadas e não cotadas que estão e não fazem sentido estar” no portefólio, exemplificou Paulo de Sousa, em declarações aos jornalistas partir da Sala de Extrações da Lotaria Nacional, na antiga Casa Professa de São Roque.

Depois de vender a participação que detinha na CUF Belém, a Santa Casa pretende desfazer-se de ativos imobiliários “muito degradados e que exijam um montante de investimento elevado” ou tenham prazo de execução que inviabiliza a recuperação, bem como terrenos para construção, porque os prazos de licenciamento são longos.

Atualmente, a SCML tem 664 imóveis na sua posse, maioritariamente (509) urbanos. Em comparação com 2023, no ano passado havia menos 30% arrendados (31 imóveis), sendo que as rendas pagas totalizaram 2.001.223,70 euros, acima dos anteriores 1.695.163,78 euros. Em termos de contratos de arrendamento, manteve 717 ativos, concluiu obras em três prédios e chegou ao final do ano passado com 14 obras em curso, que ainda decorrem.

Segundo o mais recente relatório de gestão de contas, a 4 de dezembro de 2024 realizou-se uma hasta pública para venda de sete imóveis urbanos que estiveram em proposta, divididos pelos concelhos de Oeiras, Amadora, Loures, Odemira e Seixal.

Novos financiamentos “em aberto”

A SCML admitiu ainda recorrer a mecanismos de financiamento bancário e não bancário para os próximos projetos, embora garanta não ter nenhuma operação fechada ou em vias de ser concluída.

A Santa Casa não tem praticamente endividamento [apenas reabilitação urbana], porque não precisa, mas não quer dizer que não possa ter. Está tudo em aberto. As várias oportunidades que surgirem poderão resultar em algum tipo de endividamento ou não”, esclareceu o administrador da SCML com o pelouro do Empreendedorismo e Economia Social.

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