Câmara dos Arcos de Valdevez vai dar parecer desfavorável a parque eólico em Sistelo

  • Lusa
  • 15 Maio 2025

O parecer da autarquia vai ser apresentado no âmbito da consulta pública em curso. A aldeia de Sistelo foi classificada em 2017 como Monumento Nacional Paisagem Cultural.

A Câmara de Arcos de Valdevez vai apresentar parecer desfavorável ao projeto eólico para Sistelo que está em consulta pública até sexta-feira, revelou o presidente da autarquia em exercício. “O parecer da Câmara é desfavorável”, adiantou esta quinta-feira à Lusa o social-democrata Olegário Gonçalves, acrescentando que o parecer vai ser apresentado no âmbito da consulta pública da Proposta de Definição de Âmbito (PDA) do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) em curso.

A empresa Madoqua IPP, com sede nos Países Baixos, quer instalar um parque eólico em Sistelo, Arcos de Valdevez, com ligação a outro em Merufe, Monção, no distrito de Viana do Castelo. A PDA, consultada pela Lusa na plataforma online participa.pt, prevê “a instalação de 32 aerogeradores com torres de 112 metros de altura e rotor com 175 metros de diâmetro (…) e respetiva linha elétrica de muito alta tensão (LMAT) que permitirá ligar o parque eólico à Subestação de Ligação à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP)”.

O documento, elaborado entre dezembro de 2024 e março de 2025, prevê como área de estudo a aldeia de Sistelo, classificada em 2017 como Monumento Nacional Paisagem Cultural, a primeira paisagem do país com aquela distinção.

A “área de estudo do parque eólico sobrepõe-se parcialmente ao Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), Zona Especial de Conservação (ZEC) e Zona Especial de Proteção (ZEP) da Peneda-Gerês, Reserva da Biosfera Gerês e Habitats Naturais, Zonas Especiais de Conservação da Direção Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Norte”.

De acordo com a empresa, “o projeto do parque eólico de Arcos de Valdevez é um projeto novo sem quaisquer antecedentes” e prevê “a necessidade de propor monitorização da biodiversidade, especificamente do grupo das aves e morcegos para as fases de construção e exploração do projeto”.

“Considera-se ainda muito provável a necessidade de implementar um Plano de Monitorização de Ruído para a fase de exploração e, se justificável, para a fase de construção”.

Está ainda previsto “um plano de compensação, tendo como principal objetivo contribuir para o desenvolvimento local dos municípios de Monção e Arcos de Valdevez, nos quais o projeto de produção de energia se localiza e que permitirá, por outro lado, dar uma resposta positiva nos fatores ambientais mais afetados”.

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