Lucro do Eurobic cai 19% em 2024. Abanca ‘empresta’ 275 milhões para reforçar rácios
Banco galego depositou 275 milhões de euros numa conta do Eurobic a seguir à compra, em julho do ano passado, para que banco português cumprisse os rácios de capital.
O Eurobic lucrou 84,1 milhões de euros em 2024, traduzindo uma descida de 19% em relação ao ano anterior, segundo anunciou esta quinta-feira.
O banco português foi adquirido pelo Abanca no verão do ano passado e prepara-se agora para ser ele próprio a absorver a operação que o banco galego tem em Portugal, operação de fusão que deverá concretizar-se na segunda metade deste ano.
O Eurobic já sentiu na pele a descida das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) no ano passado, com a margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – a decrescer 1,9% para 253 milhões de euros.
Ainda assim, as comissões subiram 5%, compensando a quebra da margem e assegurando que o produto bancário se estabilizasse nos 320 milhões de euros.
Em relação às despesas, atingiram os 148,8 milhões de euros, subindo 6% em relação a 2023. O banco explica que este aumento se deveu aos aumentos salariais dos trabalhadores e também à distribuição de prémios pelos bons resultados, que se cifrou em oito milhões de euros no ano passado.
Depósitos superam 7 mil milhões
No final do ano passado, o Eurobic geria um volume de negócios acima dos 12,7 mil milhões de euros, o que reflete um aumento de 5% face a 31 de dezembro de 2023.
A carteira de crédito encolheu perto de 200 milhões de euros. Em sentido contrário, os recursos de clientes cresceram 762 milhões de euros, com os depósitos a aproximarem da marca dos 7,2 mil milhões de euros, mais 12% em termos homólogos.
Fruto desta evolução, o rácio de transformação de depósitos em crédito baixou dos 87,2% em 2023 para 75,1% em 2024.
Abanca ‘empresta’ 275 milhões para cumprir rácios
O banco, que em uma rede de 165 agências e 761 trabalhadores, adianta ainda que recebeu um depósito de 275 milhões de euros da parte do Abanca com “características de subordinação que permitiram a sua consideração como passivo elegível no âmbito do MREL” – uma almofada regulamentar que visam proteger o banco de choques.
“Esta operação permitiu ao Banco cumprir com o requisito MREL aplicável após 30 de setembro de 2024”, nota o Eurobic.
Este depósito surgiu depois de o banco galego ter fechado a aquisição de 100% do capital do Eurobic a Isabel dos Santos, Fernando Telles e outros investidores angolanos, no dia 11 de julho, por mais de 300 milhões de euros.
Neste momento, o Abanca continua a digerir a compra do banco português, estando em curso uma fusão transfronteiriça na qual o Eurobic vai absorver o negócio dos galegos em Portugal. A sucursal do Abanca fecha, mas a marca mantém-se, desaparecendo a designação ‘Eurobic’. Tudo isto deverá acontecer até final do ano, o que permitirá ao Abanca tornar-se no sétimo maior banco no mercado nacional.
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