Assis: UE tem de condenar e sancionar regime venezuelano
"É urgente que as instâncias europeias revejam as suas posições e que se decidam pela aplicação de sanções", apela o eurodeputado português, que pede ainda "a libertação de todos os presos políticos".
Francisco Assis apelou esta quarta-feira a que a União Europeia aplique sanções ao regime venezuelano, tal como já fizeram os Estados Unidos, e que condene e repudie a realização e os resultados da eleição da Assembleia Constituinte no dia 30 de julho. O eurodeputado, coordenador dos Socialistas & Democratas na delegação do Parlamento Europeu à Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana, manifestou o seu “mais veemente repúdio” à eleição, que considera “o corolário da vertigem autoritária em que descambou o regime liderado por Nicolás Maduro”.
Eleito para o Parlamento Europeu na lista do Partido Socialista, o eurodeputado emitiu uma declaração na qual apelou que os Estados-membros da União Europeia condenassem “a perversão da ordem democrática e o desrespeito pela vontade da maioria do povo venezuelano que aquela configura”, e que não reconhecessem os resultados da eleição realizada a 30 de julho, que entretanto resultaram em manifestações nas quais morreram pelo menos dez pessoas.
Para Francisco Assis, a União Europeia deve ainda exigir que sejam libertados os presos políticos venezuelanos, “entre os quais se encontram cidadãos com dupla nacionalidade venezuelana e portuguesa”. O eurodeputado propõe também que sejam aplicadas sanções “seletivamente direcionadas contra os principais responsáveis do regime venezuelano”.
Os Estados Unidos foram os primeiros a estabelecer sanções após as eleições. “As eleições ilegítimas de ontem [domingo] confirmam que [Nicolás] Maduro é um ditador que despreza a vontade do povo venezuelano”, disse o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, citando em comunicado do seu departamento, no qual se anunciou um congelamento de “todos os bens” do Presidente venezuelano nos Estados Unidos. As sanções impostas impedem ainda que os cidadãos americanos possam fazer qualquer negócio com Nicolás Maduro.
Por agora, a União Europeia defendeu que a Assembleia Constituinte “não pode ser parte da solução” da crise no país, condenando o “desproporcionado” uso da força pelos agentes de segurança venezuelanas. Uma crítica que Portugal subscreve considerando que a eleição desta Assembleia não é um passo para a resolução da crise política.
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