Moody’s deixa inalterado rating de Portugal
A Moody's decidiu não mexer no rating a dívida portuguesa no último dia da campanha para as legislativas de domingo. Agência desvaloriza impacto de um governo minoritário.
A agência norte-americana Moody’s decidiu, esta sexta-feira, não tocar no rating ‘A3’ de Portugal, com perspetiva estável. Na nota, a Moody’s indica que desta vez não se pronuncia sobre a notação da dívida portuguesa, ainda que deixe alguns recados.
“A dívida pública ainda elevada, em comparação com a maioria dos países com classificação semelhante”, ainda representa um “desafio” para agência, que sublinha, no entanto, a redução do rácio desde o pico de 2020. Tal como os “riscos geopolíticos” da guerra na Ucrânia e o afastamento dos EUA como “garante da segurança europeia”.
No último dia da campanha para as legislativas de 18 de maio, a Moody’s desvaloriza o impacto das eleições nas contas públicas e crescimento. “Uma vez que um governo interino garantirá o bom funcionamento das instituições e existe o orçamento de 2025 até que um novo governo seja formado, não esperamos que o aumento da incerteza política afete significativamente as atuais tendências económicas e orçamentais de Portugal”, assinala a agência.
Mesmo num cenário de um governo minoritário, a Moody’s acredita que existirá apoio à execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e uma política orçamental “prudente orientada para a redução do peso da dívida pública”.
Para 2025, a Moody’s espera um crescimento de 2,2% em 2025 e de 1,9% em 2026 para o país, ainda que as novas tarifas dos EUA tenham potencial negativo para a economia. Para este período 2025-2026, é ainda antecipado um excedente orçamental médio de 0,3% do PIB e a redução da dívida pública para 90% do PIB no próximo ano.
Também a agência europeia Scope decidiu esta sexta-feira manter a notação de Portugal inalterada em ‘A’, com perspetiva estável. “A Scope concluiu uma revisão de monitorização para a República Portuguesa. A revisão periódica não resultou em qualquer ação de classificação”, referiu, em comunicado. Para este ano, a agência estima um crescimento da economia portuguesa de 2,1% este ano e de 1,9% em 2026, salientando que a incerteza que a política tarifária nos EUA pode trazer ao país.
A decisão da Moody’s encerra as avaliações das agências do primeiro semestre. A 18 de julho começa a segunda ronda semestral, com a decisão da canadiana DBRS sobre o rating do país.
A canadiana DBRS foi a primeira do ano a avaliar Portugal, ao subir o rating do país para A (elevado), com perspetiva estável, a 17 de janeiro. Seguiu-se a S&P, a 28 de fevereiro, também a rever em alta a notação da dívida soberana, de A- para A, com perspetiva positiva. Em março, a Fitch manteve inalterado o rating de Portugal em ‘A-, com perspetiva positiva.
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