Quem está a investigar a Yupido? PGR, PJ, Ordem e CMVM
São já quatro as entidades que estão a analisar a situação da Yupido, a empresa sem vendas nem funcionários que tem um capital social de cerca de 29 mil milhões de euros. Fisco não revela posição.
Depois de a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, a Polícia Judiciária e o Ministério Público terem afirmado que estariam a analisar a Yupido e o seu capital social de quase 29 mil milhões de euros, agora foi a vez de a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter garantido que está a “promover as diligências adequadas” em relação a esta empresa.
A entidade reguladora liderada por Gabriela Figueiredo Dias expressou ao Jornal de Negócios a sua responsabilidade neste assunto, visto que o revisor oficial de contas que validou o aumento de capital da empresa, António Alves da Silva, está “registado na CMVM” e “é acompanhado pela CMVM no âmbito das suas atribuições e competências”.
As “diligências” em causa não são avançadas, com a autoridade a referir que “a CMVM apenas poderá emitir uma opinião devidamente fundamentada após a conclusão das diligências e ações supra referidas”.
Ainda que estas entidades estejam a acompanhar o caso, o Ministério das Finanças, que tutela a Autoridade Tributária, invocou “sigilo fiscal” para não informar se está ou não a investigar o aumento de capital da Yupido. “O Ministério das Finanças não se pode pronunciar sobre a situação contributiva de pessoas individuais ou coletivas em concreto por uma questão de sigilo fiscal”, disse ao ECO fonte do gabinete.
Yupido disponível para esclarecer tudo à PJ
Ao ECO, Francisco Mendes, porta-voz da Yupido, garantiu que a sociedade “não é uma empresa fantasma”, sendo que a plataforma está “praticamente a funcionar”. O porta-voz afirmou também que a empresa quer registar 42 patentes e que, se necessário, está disponível para falar com a Polícia Judiciária.
“Já comunicámos à PJ, enviámos um email e vamos enviar também uma carta registada, a disponibilizarmo-nos para esclarecer qualquer assunto que a PJ possa ter. Para nós, também é fundamental esclarecer que não temos rigorosamente nada com que nos preocupar, porque foi tudo feito dentro da regularidade e não cometemos nenhum crime”, apontou Francisco Mendes.
Os holofotes incidiram na Yupido na semana passada, quando o ECO revelou existir uma empresa com capital social que vale duas vezes a Galp ou nove vezes o BCP em valor de mercado. Essa empresa é a Yupido, que, como a investigação do ECO veio a revelar, realizou um aumento de capital em 2016, passando de um capital social de cerca de 240 milhões de euros (montante que a Yupido terá em cash num depósito à ordem) para 28,8 mil milhões — o resultado da incorporação de um “ativo intangível” que se veio a descobrir tratar-se de uma nova tecnologia para o setor dos media.
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