Santander e Popular reúnem obrigacionistas para discutir fusão

Os obrigacionistas de ambos os bancos são convocados a discutir a fusão das instituições no próximo 19 de outubro. A aprovação é essencial para que a negociação avance.

O Santander e o Popular convocaram uma assembleia de obrigacionistas para o próximo dia 19 de outubro, onde deverão “deliberar sobre a fusão” dos dois bancos. Em causa estão 17 linhas de obrigações e quem as detém tem de dar a luz verde para que esta operação possa ser concretizada. Fica a faltar o ‘ok’ dos reguladores.

Deliberar sobre a fusão e, em caso de não aprovação, o exercício do direito de oposição judicial“: este é o ponto único em discussão em assembleia de obrigacionistas, segundo um comunicado de ambas as instituições à CMVM (Popular Portugal e Banco Santander). Esta é uma das condições necessárias para que a fusão avance — fica a faltar a autorização do BCE e da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

Este comunicado foi enviado ao regulador numa altura em que o Santander tenta minimizar as perdas dos investidores. O banco espanhol vai realizar uma emissão de obrigações perpétuas na qual os pequenos acionistas e obrigacionistas subordinados do Banco Popular poderão participar sem terem de pagar qualquer valor, desde que renunciem a colocar ações judiciais. Esta proposta faz parte do folheto da emissão de obrigações registada na espanhola Comissão Nacional de Valores Mobiliários, que começou esta quarta-feira e decorre até 7 de dezembro.

Caso os investidores do Popular aceitem esta oferta do Santander, a compensação que recebem depende do investimento feito, sendo que o Santander devolverá 100% de qualquer investimento até 100 mil euros e 75% aos que passam esse valor até 500 mil euros. Quando são investimentos superiores, até um milhão de euros, o valor é de 50%. Assim, apesar de o banco emitir nesta oferta 981 milhões de euros em obrigações, o valor máximo que terá de assumir é 680 milhões.

A compra do Popular Portugal pelo Banco Santander Totta já foi aprovada no dia 5 de setembro pelo banco liderado por António Vieira Monteiro. Também em comunicado à CMVM, lia-se que havia luz verde para a “compra, pelo Banco Santander Totta ao Banco Popular Español de 100% do capital social do Banco Popular Portugal”. Esta fusão torna o Santander Totta o maior banco privado no mercado nacional de ativos e acontece depois de o Grupo Santander ter comprado o Banco Popular por um euro no âmbito de uma medida de resolução.

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