Centeno sobre o FMI: “Exceto uma aldeia gaulesa, todas as outras organizações têm números próximos do Governo”

  • ECO
  • 15 Outubro 2016

Ministro das Finanças afasta desconfiança internacional em relação à execução orçamental e critica o FMI. A DBRS dará "boas notícias" na próxima sexta-feira, assegura secretário de Estado do Tesouro.

Para o ministro das Finanças, não há como duvidar da execução orçamental deste ano. Em entrevista ao Expresso, após a apresentação do Orçamento do Estado para 2017, Mário Centeno afastou qualquer sentimento de desconfiança em relação aos objetivos do Governo para 2016. Declarou mesmo que todas as instituições internacionais já apresentam previsões próximas daquelas que o Governo tem vindo a apresentar. Todas, à exceção de uma “aldeia gaulesa, em Washington”also known as Fundo Monetário Internacional (FMI), liderado pela francesa Christine Lagarde.

Exceto uma aldeia gaulesa, que por acaso está em Washington, todas as outras organizações internacionais e que fazem previsões sobre a economia portuguesa têm vindo a aproximar-se dos números que o Governo tem vindo a apresentar, desde o início, para os défices orçamentais. Isto tem acontecido com todas, desde as agências de rating à Comissão Europeia, se bem que com alguma vergonha. Até o Banco de Portugal, que nunca tinha apresentado nenhuma referência a défices orçamentais, fê-lo agora pela primeira vez e em boa hora. Também Conselho de Finanças Públicas disse que o nosso exercício macro está dentro do que é estatisticamente admissível”, referiu Centeno.

Embora o Executivo assuma que o défice de 2016 ficará abaixo de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o FMI não está tão otimista quanto os responsáveis portugueses e duvida que o défice fique abaixo dos 3% este ano. O Banco de Portugal, porém, considera que a meta do défice exigida a Portugal por Bruxelas, de 2,5% do PIB este ano, “é exequível”, mas alertou que “não há espaço para complacência”.

"Exceto uma aldeia gaulesa, que por acaso está em Washington, todas as outras organizações internacionais e que fazem previsões sobre a economia portuguesa têm vindo a aproximar-se dos números que o Governo tem vindo a apresentar, desde o início, para os défices orçamentais.”

Mário Centeno, ministro das Finanças

Expresso

Centeno diz estar consciente de que “os últimos meses, a reta final, são muitos importantes” para que Portugal cumpra os objetivos, e lembra que “a execução até setembro mantém-se em linha com a que tivemos nos primeiros meses do ano”.

Na semana em que a DBRS anuncia a sua decisão sobre o rating português — sexta-feira, dia 21 –, o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças assegura “boas notícias”. A agência canadiana é a única que mantém a dívida portuguesa com uma classificação de investimento, o que possibilita que as obrigações portugueses estejam elegíveis no âmbito do programa de compra de ativos no setor público do Banco Central Europeu (BCE).

“A DBRS vai mostrar aquilo que disse ao ministro numa reunião no FMI, quer num encontro na terça-feira em Lisboa e que foi bastante distendida, em que mostraram algum conforto com a situação da economia portuguesa e com os traços gerais do Orçamento do Estado. Parece-me que na próxima sexta-feira as notícias serão boas”, assegurou Ricardo Mourinho Félix.

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