Parlamento aprova voto de pesar pelas vítimas dos incêndios
O Estado falhou, ouviu-se da esquerda à direita. Deputados pedem medidas concretas que evitem que tragédias como as que se verificaram este ano se repitam.
A Assembleia da República aprovou esta quarta-feira um voto de pesar pelas vítimas dos incêndios deste ano, imediatamente antes do início do debate quinzenal com o primeiro-ministro. Todos os grupos parlamentares manifestaram o pesar e a solidariedade para com as vítimas e familiares dos fogos que devastaram este ano o país.
“São já mais de cem as vítimas mortais desde junho. Em respeito pela sua memória não podemos ficar de braços cruzados. As reparações (…) têm de avançar,” leu o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.
"Este ano, nos últimos dias, o Estado falhou aos seus. E quando isso acontece, nenhuma nem nenhum de nós pode dormir em paz.”
Um por um, todos os grupos parlamentares lamentaram as tragédias dos fogos, lembrando os incêndios de junho, em Pedrógão Grande, e os do último domingo, onde morreram mais 42 pessoas. “Este ano, nos últimos dias, o Estado falhou aos seus,” disse Pedro Filipe Soares, líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda. “E quando isso acontece, nenhuma nem nenhum de nós pode dormir em paz,” frisou.
Pelo PS, Carlos César reconheceu as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa: “Organizar, coordenar, prevenir, combater — como se diz no voto de pesar desta Assembleia — eis as tarefas a que todos, mas todos, temos o dever de empreender com melhores resultados, neste ‘novo ciclo’ que temos a obrigação de intentar, como disse o senhor Presidente da República.”
Sabemos hoje que já ficámos na história por ter falhado.
“Sabemos hoje que já ficámos na história por ter falhado”, somou Hugo Soares, do PSD. “Quatro meses só após a tragédia dos 64 mortos de Pedrógão Grande, o país foi mais uma vez confrontado com o horror, o inferno de chamas e de morte,” frisou o deputado centrista Telmo Correia. “Impressiona-nos muito e nunca esqueceremos as imagens dos portugueses e portuguesas a fazerem face a uma tragédia desta dimensão,” frisou. “O que aconteceu foi fruto de um falhanço completo do Estado”, sublinhou ainda.
Já João Oliveira, pelo PCP, defendeu que se impõe “com urgência uma resposta pronta e eficaz, bem como o cabal esclarecimento de todas as circunstâncias em que ocorreram aqueles incêndios, e as responsabilidades criminais.” João Oliveira não pediu mais leis, mas antes as dotações orçamentais necessárias para garantir a disponibilidade de meios para a prevenção e o combate aos incêndios.
Heloísa Apolónia, dos Verdes, argumentou que “há muitas soluções que se encontram empreendidas no papel”, mas que “é preciso passá-las para o terreno.”
“Neste momento a nossa principal atenção está na forma como nos podemos todos organizar para apoiar a reconstrução”, disse também André Silva, deputado pelo PAN.
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