PS à espera de consensos na descentralização e transparência
Carlos César frisa que ignorar o problema da transparência só serve para "adensar suspeições".
O PS inicia na segunda-feira as suas jornadas parlamentares em Coimbra, com a descentralização e a transparência dos políticos na agenda, áreas em que espera consensualizar posições com o PSD e os restantes partidos.
Num momento em que o parlamento discute as propostas sobre a transparência política, como o alargamento das incompatibilidades ou a legalização dos lóbis, Carlos César alerta que “a transparência é fundamental” e que “é aos democratas que compete defender a democracia”.
“Estão muito enganados todos aqueles os que pensam que ignorar este problema [da transparência] é que o resolve ou que tratar este problema só adensa suspeições”, afirmou César aos jornalistas, antecipando a agenda das jornadas parlamentares, na segunda e na terça-feira.
"A reflexão na sociedade deve ser transportada para o âmbito parlamentar onde se impõem decisões que hão de ser, certamente, consensualizadas entre todos os partidos.”
O “estado de suspeição da política e dos políticos” tem que ser ultrapassado com reflexão, nos partidos e na sociedade, com soluções que devem ser consensualizadas. “A reflexão na sociedade deve ser transportada para o âmbito parlamentar onde se impõem decisões que hão de ser, certamente, consensualizadas entre todos os partidos”, acrescentou.
A abertura à sociedade levou o PS a convidar, para um debate, nas jornadas, na terça-feira, o ex-ministro Guilherme d’Oliveira Martins, atual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, Susana Coroado, vice-presidente da Associação Cívica para a Transparência e Integridade, e o fiscalista João Taborda da Gama.
Carlos César espera avançar com descentralização até final do ano
A descentralização de competências para as autarquias é um tema do PS desde as eleições autárquicas do ano passado que será debatido no segundo dia por dois socialistas – um, Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, responsável pelo “dossier” no Governo, e Manuel Machado, presidente da câmara de Coimbra e da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
Nesta área, César tem a expectativa de fazer avançar esta reforma até final do ano, em parte ou mesmo que se finalize o processo e, mais uma vez, estende o apelo ao PSD. “Será necessária, nesta área, um consenso amplo”, afirmou o presidente da bancada socialista, esperançado que a aplicação dos futuros fundos comunitários seja já feita com base na descentralização de competências.
Nos dois dias que passarem na região centro, um deles, a segunda-feira, será dedicado a visitas a vários concelhos de Coimbra, Viseu e Leiria, “atingidos rudemente pelos incêndios no ano transato”, nas palavras de Carlos César, e que fizeram mais de cem mortos e milhões de euros de prejuízos.
Os deputados, descreveu, vão ver quais as “dificuldades que ainda permanecem, o que está a ser feito para se reabilitarem esses espaços e trazer de novo a esperança às populações e reativar a economia”.
Carlos César e um grupo de deputados estarão na segunda-feira de manhã em Penacova, Coimbra, onde vai ver as áreas afetadas pelos fogos, enquanto os outros grupos vão deslocar-se a outros concelhos.
À noite, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, discursa aos deputados num jantar, em Coimbra, em que também participa o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
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