As reações dos partidos ao Congresso do PS

  • Lusa e ECO
  • 27 Maio 2018

O PSD diz que os socialistas estão a afirmar "um caminho que Mário Soares sempre recusou". O PCP fala em amarras “às submissões do grande capital”. Como reagem os partidos ao Congresso ao PS?

O vice-presidente do PSD Morais Sarmento defendeu que os socialistas estão a afirmar “um caminho que Mário Soares sempre recusou”, de “viragem à esquerda”, e que seria melhor um PS “sem dependências, coligações ou prisões”.

Nuno Morais Sarmento assumiu esta posição em declarações aos jornalistas, no final do 22.º Congresso do PS, na Batalha, distrito de Leiria.

“Era melhor que o PS, que prestou homenagem ao seu fundador Mário Soares, mas que neste Congresso afirma um caminho que Mário Soares sempre recusou, era mais importante, porventura, que reafirmasse o seu próprio caminho, como nos habituámos a ver: sem dependências, coligações ou prisões a quaisquer outros partidos”, afirmou.

Morais Sarmento considerou ainda que no Congresso da Batalha o PS se dedicou mais a “discutir o futuro do PS do que o futuro de Portugal” e lamentou “a reafirmação de uma viragem à esquerda como sendo uma opção que se deseja repetir por muitos e bons anos”.

Já o vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo comentou este domingo com ironia o congresso do PS, apontando para um reino da fantasia, e associou o Governo de António Costa ao passado e a José Sócrates.

Depois de ouvir o discurso de António Costa, Nuno Melo sublinhou que, no executivo socialista, à exceção de Sócrates, estão lá “os mesmos ministros, os mesmos secretários de Estado, os mesmos assessores que até 2011 arruinaram as contas públicas do país e trouxeram a ‘troika’”. E também assinalou o facto de “um dos maiores aplausos” do congresso ter sido para Sócrates, o líder que deu a primeira maioria absoluta ao PS, foi primeiro-ministro e é acusado no Processo Marquês.

Entre os partidos que apoiam o Governo no Parlamento, o Bloco de Esquerda, pela voz da eurodeputada Marisa Matias, afirmou que está sempre disponível para convergir com o PS, mas avisou que é uma “equação impossível” tratar melhor os portugueses quando se responde “obsessivamente” às metas de Bruxelas.

“Estamos sempre disponíveis para convergir com o PS naquilo que melhorar a vida dos portugueses, mas obviamente precisamos de investimento e, para termos investimento, para podermos incrementar essas medidas, precisamos de enfrentar muito diretamente aquilo que são as normas e as regras que são impostas por Bruxelas que não nos deixam investir e não nos deixam melhorar a condição de vida das pessoas”, afirmou Marisa Matias.

Por seu turno, o PCP acusou o PS de continuar “amarrado às submissões do grande capital” e da Europa e alertou para os riscos de uma maioria absoluta dos socialistas nas legislativas do próximo ano.

O porta-voz das críticas comunistas foi Carlos Gonçalves, da comissão política do PCP. “Este congresso, no mais fundamental, confirma que o PS permanece amarrado a um conjunto de submissões ao grande capital e à União Europeia, que têm impedido de resolver alguns dos problemas nacionais”, afirmou. Além do mais, Carlos Gonçalves não acredita que, se o PS estivesse sozinho do Governo desde 2016, tivessem sido conseguidos “avanços, conquistas, recuperação de rendimentos e de direitos” dos últimos dois anos e meio.

Pelo Partido Ecologista “Os Verdes”, José Luís Ferreira disse esperar que “haja sintonia” entre o que disse António Costa este domingo e as posições dos socialistas na Assembleia da República. “Quando falamos de mais democracia, veremos se há sintonia quando se discutir a proposta para repor as freguesias extintas pelo anterior Governo, do PSD/CDS; quando falamos de mais justiça social, vamos ver como é que o PS se vai posicionar quando discutirmos a necessidade de valorizar os salários e os aumentos salariais ou a necessidade de investir nos serviços públicos, nomeadamente na saúde e na educação”, declarou.

 

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