Greve dos ferroviários na segunda-feira já está a provocar perturbações
A greve dos trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo, agendada para segunda-feira já está a fazer efeitos neste domingo na circulação com a supressão de alguns comboios.
A greve dos trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo, agendada para segunda-feira já está a fazer efeitos neste domingo na circulação com a supressão de comboios constatou a Lusa no Entroncamento.
De acordo com José Luís Sousa, passageiro que esta manhã comprou um bilhete no Entroncamento com destino a Castelo Branco “sem qualquer aviso” por parte do funcionário da bilheteira de transtornos na circulação, foram, pelo menos, três comboios suprimidos naquela estação, dois intercidades e um regional.
“Comprei um bilhete para um comboio regional que iria acontecer daí a uma hora e não tive qualquer tipo de aviso de que havia problemas na circulação. O comboio para Castelo Branco chegou a ser anunciado, mas era ‘fantasma’ já que não havia composição nenhuma na linha”, disse à Lusa.
José Luís Sousa explicou que, entretanto, começaram a existir anúncios repetidos na estação de perturbações na circulação “por motivos de greve” e, no entanto, continuavam a passar gravações de que os comboios iam sair da linha.
O passageiro acrescentou ainda que na estação do Entroncamento se encontravam várias pessoas que tinham comprado já hoje bilhete em Lisboa e as quais também não tinham sido alertadas para quaisquer constrangimentos nas ligações ferroviárias.
Contatado pela Lusa, José Manuel Oliveira, coordenador da Federação Sindical dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), uma das seis estruturas envolvidas na greve, explicou a “imprevisibilidade” de se saber quantas comboios estão a ser suprimidos “por não se conhecerem as escalas”.
“É possível que aqueles trabalhadores em viagens de longo curso já estejam abrangidos pela greve dado que têm de pernoitar fora da sede [do seu local de trabalho], já que tinham de fazer o retorno”, disse.
O sindicalista acrescentou ainda que, ao longo do dia, e “quanto mais para final da tarde” a situação deverá “piorar” com supressão de comboios, apesar da greve só ter início segunda-feira.
Os trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo vão estar em greve na segunda-feira contra a possibilidade de circulação de comboios com um único agente, o que deverá causar perturbações a partir de domingo. Os sindicatos subscritores do pré-aviso de greve preveem que a paralisação tenha “um grande impacto na circulação de comboios” e a CP admite que deverão ocorrer “fortes perturbações na circulação”.
Apesar de a paralisação estar marcada para segunda-feira, os primeiros efeitos do protesto deverão surgir a partir das 22:00 de domingo, quando se iniciam os primeiros turnos.
A Lusa contactou a CPl, mas, até ao momento, não obteve resposta.
Segundo a informação colocada na sua página online, a CP lembra que não foram definidos serviços mínimos, e que não serão disponibilizados transportes alternativos.
Governo diz que greve não tem justificação
O Governo diz que a greve “não tem justificação material” e explica que os sindicatos marcaram a paralisação contra um regulamento que existe desde 1999, que nunca foi alterado e nem vai ser.
“Não conseguimos perceber, o Governo não fez nenhuma alteração nestes dois anos e meio e não conta fazer nenhuma alteração”, disse hoje aos jornalistas o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d´Oliveira Martins a propósito da greve dos trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo agendada para segunda-feira.
Oliveira Martins explicou que a norma faz parte do RGS, de 1999, que nunca foi alterado nem por este nem por governos anteriores “e que mantém como regra os dois agentes e, em algumas exceções, admite, com restrições e sujeito a fiscalização, o agente único”. Além disso, acrescentou o responsável, a CP tem uma norma interna que apenas permite os dois agentes em circulação, “não admitindo agente único”.
“Portanto, há aqui uma falta de justificação” e vai haver um prejuízo para os utentes por algo que o Governo entende que não se justifica, disse o secretário de Estado.
(Artigo atualizado com as reações do secretário de Estado Guilherme d´Oliveira Martins)
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