“Estamos prontos” para ser Governo, diz Mariana Mortágua
A deputada bloquista acusou o PS de "propagandear o défice zero" e disse que o pior défice é a pobreza e uma escola pública e um Serviço Nacional de Saúde "esburacados".
A dirigente bloquista Mariana Mortágua garantiu este domingo que o BE está “pronto” para integrar o governo, numa intervenção muito crítica da “irresponsabilidade” da gestão das contas públicas.
“Estamos prontos! Somos uma força capaz, uma força de propostas e de coragem”, acentuou Mariana Mortágua, ao intervir no segundo de dois dias da XI Convenção Nacional do BE, que termina hoje no pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa.
O Bloco é uma “força capaz” e, por isso, vai lutar para ser governo após as legislativas do próximo ano, prometeu a vice-presidente do Grupo Parlamentar do BE, depois de criticar a gestão das contas do Estado praticada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.
Mortágua lembrou o princípio de Mário Centeno de que ou a economia crescia ou seria preciso cortar pensões e liberalizar despedimentos, concluindo que o ministro “estava correto”.
Só que “o emprego cresceu”, “transformou-se em segurança para muita gente” e não foi preciso congelar pensões, nem liberalizar despedimentos. Pelo contrário, as pensões foram aumentadas e não houve liberalização de despedimentos, recordou.
“A proposta de Mário Centeno já era o plano de Bruxelas antes de ser ministro. Mas o país não cedeu a Bruxelas”, insistiu, criticando depois o dinheiro aplicado na recapitalização do Banif e do Novo Banco, que poderia ter servido para investir na economia e melhorar o nível de vida das pessoas.
“O que teria acontecido se tivéssemos aplicado este princípio a outras áreas? Teríamos investido no que é nosso e não naquilo que amanhã será de outro Ricardo Salgado“, comentou, criticando “a irresponsabilidade” de prosseguir “a gestão das contas públicas numa ótica de curto prazo” naquilo que é também “uma enorme cedência a Bruxelas”.
Mariana Mortágua sustentou que “o PS propagandeia o défice zero” mas considerou que “não há pior défice que a pobreza e uma escola pública e um Serviço Nacional de Saúde esburacados”.
Ao apontar o muito que falta fazer e corrigir na área económica e financeira para promover o bem-estar, a deputada do BE deu a imagem do presidente executivo da EDP, António Mexia, que “ganha num mês aquilo que a rapariga do call center demora mais de 200 anos a ganhar”.
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