EDP Renováveis volta a vender ativos eólicos. Encaixa 800 milhões para acelerar criação de valor e reinvestir

EDP Renováveis anunciou nova venda de portefólio de tecnologia eólica. Operação de venda abrange ativos em Portugal, Espanha, França e Bélgica. Alienação faz parte de programa de rotação de ativos.

A EDP Renováveis anunciou nova venda de portefólio de tecnologia eólica. A operação abrange ativos em Portugal, Espanha, França e Bélgica, foi fechada com um grupo de investidores institucionais aconselhados pela J.P. Morgan, e faz parte do programa de rotação de ativos anunciado pela empresa em março último, que pode envolver até quatro mil milhões de euros. Desta feita, a EDP alienou um total de 997 megawatts (MW) de capacidade instalada “por cerca de 800 milhões de euros”, assegurando porém a prestação de “serviços operacionais e de manutenção” nas unidades vendidas.

O portfólio vendido diz respeito a parques onshore detidos pela Renováveis em 51%. Em comunicado enviado à CMVM, a elétrica detalha que o “perímetro da transação abrange 388 MW em operação em França, 348 MW em operação em Espanha, 191 MW em operação em Portugal (parte dos ativos ex‐ENEOP) e 71 MW em operação na Bélgica. Os ativos mencionados iniciaram operações há sete anos, em média”. Estes mesmos parques eólicos já tinham sido vendidos parcialmente pela empresa, entre 2013 e 2016, que agora chegou a “acordo para vender as restantes participações que detinha nestes projetos”.

A concretização da venda ainda está sujeita “a condições regulatórias e outras condições comuns nestes processos”, com a elétrica a esperar que a conclusão definitiva da transação seja oficializada ainda durante o segundo trimestre deste ano.

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Considerando os dados divulgados também esta terça-feira relativos à evolução da produção da EDP Renováveis, e tendo em conta que o ‘valor líquido’ destes parques para a empresa era de 491 MW, já que apenas os detinha em 51%, a transação agora comunicado equivale a qualquer coisa como 9% do total de capacidade instalada da EDP Renováveis na Europa em março de 2019 — 5 562 megawatts.

O programa de rotação de ativos da EDP visa todas aquelas participações em que a elétrica concluiu não ter massa crítica suficiente, conforme explicou o CEO da EDP, António Mexia, em entrevista recente ao ECO. Trata-se de “alienações táticas e não estratégicas”, ou seja, “tudo aquilo em que não temos massa crítica, que não tem suficiente economia de escala para nós”.

António Mexia foi mesmo mais longe, assegurando na mesma entrevista que a “compra e venda de ativos” devia agora ser vista como “um novo normal” na vida da EDP. “Mesmo nas renováveis desenvolvemos muitos megawatts. Ainda há duas semanas aconteceu isso, desenvolvemos megawatts e depois vendemos 80% da empresa a fundos e encaixámos. Depois, com esse dinheiro, vamos desenvolver mais. A rotação de ativos e realocação de ativos faz parte hoje — e de há uns anos para cá — do dia-a-dia da empresa”.

"Há uma coisa clara: a rotação de ativos, a compra e venda de ativos, passou a ser parte do novo normal para nós. Mesmo nas renováveis desenvolvemos muitos megawatts. Ainda há duas semanas aconteceu isso, desenvolvemos megawatts e depois vendemos 80% da empresa a fundos e encaixámos. Depois, com esse dinheiro, vamos desenvolver mais. A rotação de ativos e realocação de ativos faz parte hoje — e de há uns anos para cá — do dia-a-dia da empresa.”

António Mexia

Entrevista ao ECO

Regressando ao comunicado libertado esta terça-feira, a EDP Renováveis realça que o preço de venda deste portfólio “representa um múltiplo total unitário implícito de €1,6 milhões/MW” e que “a alienação de participações maioritárias em projetos em operação ou em desenvolvimento, continuando a prestar serviços de operação e de manutenção, permite à EDPR acelerar a criação de valor e antecipar ganhos, enquanto recicla capital para reinvestir em crescimento adicional”.

(Atualizado às 17h50)

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