“Nunca existiu” proposta para dar prémios aos gestores da TAP, garante Neeleman
David Neeleman garante que foi Antonoaldo Neves a garantir há alguns meses que nunca aceitaria prémios de gestão relativos a 2018, negando que o Governo tenha travado algo que "nunca existiu".
O empresário David Neeleman, que é o maior acionista privado da TAP, nega que os gestores de topo da TAP tenham pedido para receberem prémios e rejeita, por isso, que os mesmos tenham sido travados pelo Conselho de Administração, como chegou a ser noticiado, porque “não se pode parar uma coisa que nunca existiu”, disse o empresário ao Expresso (acesso pago).
Depois da polémica da atribuição de prémios a trabalhadores da empresa em ano de prejuízos, que deixou Estado e privados de costas voltadas, David Neeleman vem garantir que até foi o próprio líder do comité executivo da empresa a pedir para não serem atribuídos prémios aos gestores: “O CEO [Antonoaldo Neves] ligou-me há meses, antes de qualquer discussão sobre o tema, e disse que eles nunca aceitariam um prémio”.
A TAP fechou 2018 com prejuízos de 118 milhões de euros. Mas, mesmo neste contexto, a empresa pagou mais de 1,7 mil milhões de euros em prémios a quadros de topo, uma decisão que terá sido efetuada sem o conhecimento do Governo e em contraciclo com o que teria sido defendido pelos administradores da TAP em representação do Estado.
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Na semana passada, em plena polémica dos prémios, o Expresso (acesso pago) noticiou que, apesar da distribuição multimilionária, existiu uma proposta anterior que previa o pagamento de prémios também à própria comissão executiva. Essa proposta, a efetivar-se, teria feito subir o montante global dos prémios atribuídos pela companhia relativos a 2018. De acordo com o jornal, a proposta caiu por oposição dos representantes do Estado no board da empresa.
A TAP é controlada em 50% pela Parpública, empresa da esfera do Estado português, 45% pelo consórcio privado Atlantic Gateway (de David Neeleman e Humberto Pedrosa, dono do grupo Barraqueiro) e 5% por outros pequenos acionistas. A entrada do Estado no capital da empresa deu-se em junho de 2017, por decisão do Governo de António Costa, numa operação que visou a reversão da privatização da companhia, levada a cabo pelo curto Governo anterior, de Pedro Passos Coelho.
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