Governo reitera que “não vão encerrar maternidades em Lisboa”

  • Lusa
  • 21 Junho 2019

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu ainda que "as grávidas estão seguras" e assegurou que o que está a ser estudado é o encaminhamento de grávidas pelo INEM durante o verão.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, salientou esta sexta-feira, no parlamento, que não está previsto o encerramento de maternidades em Lisboa e apontou que está a ser estudado o encaminhamento de grávidas pelo INEM no verão.

“Não vão encerrar maternidades em Lisboa nos próximos meses. O que está a ser estudado pela Administração Regional de Saúde, em colaboração com esses quatro hospitais, é a forma como, ao longo destes meses de verão, o INEM vai encaminhar as grávidas, através do CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes], para esses hospitais”, disse Francisco Ramos.

O secretário de Estado falava na Assembleia da República, em Lisboa, durante uma interpelação do PCP ao Governo, depois de questionado por vários partidos sobre a notícia do jornal Público que dá conta de que as urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais de Lisboa vão estar encerradas durante o verão, fechando rotativamente uma de cada vez, devido à falta de especialistas.

O governante reconheceu que “há dificuldades, como sempre houve”, e notou que o Governo pretende criar “uma lógica colaborativa no âmbito da urgência metropolitana de Lisboa, garantindo pelo menos três dessas quatro maternidades estarão sempre em funcionamento pleno”, não especificando quais.

Quanto à “outra maternidade estará a funcionar apenas com níveis mínimos de urgência externa”.

“Tudo isso está exatamente a ser trabalhado para não haver surpresas e será comunicado em devido tempo quando isso acontecer, para que não haja surpresas e se garanta, exatamente, esse nível de excelência a que estamos habituados”, salientou.

Francisco Ramos garantiu ainda que “as grávidas estão seguras”.

Na quinta-feira à noite, o Ministério da Saúde afirmou que “as medidas de gestão de recursos” em estudo pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) “não preveem o encerramento de qualquer maternidade por nenhum período temporal”.

“Os trabalhos em curso versam sobre o encaminhamento de utentes pelo CODU, prevendo-se que estejam sempre garantidos os serviços de urgência externa de três das quatro maternidades abrangidas e apenas durante o período de verão, mantendo-se as restantes respostas nas quatro unidades sem alterações”, avança a mesma nota.

O Ministério da Saúde “assegura” ainda que “as utentes terão garantidas todas as respostas de que necessitam, cabendo à ARSLVT informar com a devida antecedência a população sobre as medidas que venham a ser decididas”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na quinta-feira esperar que o eventual fecho rotativo de urgências de obstetrícia em Lisboa seja “devidamente esclarecido e explicado”, para “serenar os espíritos das pessoas”.

Em resposta direta ao CDS-PP, o secretário de Estado da Saúde salientou que “os tempos de espera estão a diminuir e os doentes oncológicos têm um tratamento de excelência neste país”.

Na sua intervenção, a centrista Isabel Galriça Neto apontou que se vive uma situação caótica na saúde. “Eu diria que, apesar do seu discurso, os portugueses continuam a confiar no Serviço Nacional de Saúde”, respondeu o governante.

Francisco Ramos indicou também que o Governo “não tem qualquer interferência nem qualquer limitação na substituição de recursos humanos” e que, “em termos de contratações, os números são evidentes, mais 10.800 profissionais do que em 2015”.

Ainda assim, o governante rejeitou que já estejam resolvidos “todos os problemas, nomeadamente em termos médicos”.

Falando nos médicos que estão em formação pós-graduada, o secretário de Estado referiu que entre 2011 e 2015 entraram “à volta de 1.600, 1.700 por ano”.

“Em 2019, entraram 2.400 médicos na formação pós graduada, mais 700 do que a média do período anterior e no ano passado tinham sido 2.300”, acrescentou.

“Não facilitamos nos níveis da formação pós-graduada, queremos manter a sua qualidade acima de toda a questão e isto vai apenas ter resultados nos próximos anos”, salientou Francisco Ramos.

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