As cinco tecnologias que agitam a indústria seguradora

  • ECO Seguros
  • 3 Julho 2019

São incontornáveis, entraram na vida do sector e tornaram-se um instrumento competitivo. Eis as cinco tecnologias que mais vão afectar o negócio dos seguros.

As novas tecnologias constituem um fator de transformação do setor segurador. Quais delas vão ser decisivas? A “Argus de l´assurance”, em colaboração com o fundo de investimentos Astorya, especializada em seguros, efetuou um levantamento das tecnologias que têm impacto sobre o setor e indagou sobre o seu potencial no futuro.

  • INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A Inteligência Artificial é muito mais que uma moda, é a tecnologia que terá maior impacto no setor segurador, como o confirmam cerca de metade dos responsáveis entrevistados no inquérito internacional conduzido pela consultora Accenture. Destacam-se duas aplicações: as ferramentas de apoio às vendas e a gestão de sinistros, com várias insurtechs a recorrer às técnicas de “machine learning” e redes neurais. Assim a holandesa Friss recorre à Inteligência Artificial para representar graficamente os esquemas de fraude nos seguros, algo difícil de obter através de meios tradicionais de análise. Outros procuram melhorar o processo decisório dos avaliadores ou até mesmo misturar Inteligência Artificial e visualização de imagens para estimar os custos de um sinistro. A Inteligência Artificial funciona como um complemento decisivo das bases de dados das seguradoras, permitindo-lhes especializar-se em segmentos do negócio (saúde, automóvel…)

  • BLOCKCHAIN

Há vários anos que a tecnologia Blockchain vem merecendo o interesse por parte de todos os setores da economia, mas, até ao momento, teve poucas aplicações concretas no setor segurador. Os operadores parecem estar conscientes disso. Em França, no final de 2017, 14 seguradoras juntaram-se ao grupo de trabalho Blockchain da comissão digital da Federação de Seguros de França (FFA) para as primeiras trocas de dados seguras. Outro projeto mais detalhado: A Axa associou-se ao Lille Fintech Utocat, no final de 2017, no projeto Fizzy, uma plataforma de seguros paramétrica que recorre à blockchain para cobrir atrasos de aviões. Mas a aplicação mais bem-sucedida até agora respeita ao seguro marítimo e ao projeto Insurewave, que reúne a AP Møller-Maersk, Axa XL e MS Amlin e a corretora Willis Towers Watson. Objetivo: cobrir o risco de mais de mil navios mercantes quase em tempo real.

  • API

Na banca, com o surgimento do ‘open banking’, a tecnologia API (interface de programação de aplicativos) impôs-se gradualmente como uma obrigação. Funcionando como uma porta de entrada para parceiros externos com o objetivo de criar ecossistemas de serviços, as APIs também representam uma oportunidade para as seguradoras se aproximarem de ‘players’ de tecnologia que complementem as soluções desenvolvidas internamente, ou de outros atores, para distribuir os seus produtos.

A insurtech Kasko trabalha em estreita colaboração com as seguradoras na criação e distribuição de produtos adaptados aos novos canais, bem como na flexibilização da gestão tendo como base as APIs. Uma tecnologia que exige interligação com sistemas de TI existentes e que chega a impor que se repensem certos processos. É, portanto, uma questão mais ampla aquela que as seguradoras enfrentam: a capacidade de repensar os sistemas de computadores para se adaptar às novas necessidades do mercado.

  • BIG DATA

As seguradoras têm, em todo o mundo, projetos de investimento em Big Data envolvendo cerca de 2 mil milhões de euros, um valor que deve aumentar em 50% até 2021. O tema não é novo e já surgiram várias estratégias : a Axa criou em 2014 um Laboratório de Inovação de Dados. Explora atualmente no “Axa Next” projetos que “integram dados e tecnologias inovadoras para desenvolver novos modelos de negócio”, explica Marcin Detyniecki, responsável por investigação da Axa.

  • INTERNET DAS COISAS

Em 2015 a Internet das Coisas, com a abundância de dados e de tecnologias interligadas, revolucionou segmentos da atividade, como o seguro automóvel ou o seguro individual. Continua a concentrar grandes investimentos das seguradoras. Em Itália, a Generali, por exemplo, criou a Jeniot, uma empresa dedicada ao seguro conectado, e há muitas iniciativas relativas ao automóvel ou à casa conectada. Entretanto, as insurtechs surgiram com as suas soluções inovadoras. A Lloyd’s adotou uma. Está a otimizar a cadeia de suprimentos de produtos sensíveis, introduzindo sensores (temperatura, humidade etc.), os quais permitem simplificar e proteger os problemas de transporte e as questões de cobertura com eles relacionadas.

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