Euro cai e yields agravam com “Não” italiano
Vitória do "Não" ao referendo à reforma constitucional em Itália e a demissão do primeiro-ministro Renzi estão a penalizar o euro, a agravar os juros da dívida europeia e penalizam ações asiáticas.
O “Não” ao referendo à reforma constitucional em Itália que acabou por precipitar a demissão de Renzi da liderança do Executivo italiano está ter repercussões nos mercados financeiros neste arranque de dia. Os receios de que o desenlace eleitoral possa destabilizar o país e encorajar movimentos nacionalistas está pressionar o euro, a agravar os juros da dívida, não só italiana como do resto da Europa, e arrastou as ações asiáticas para o vermelho.
Depois de já ter chegado a desvalorizar 1,5%, para o nível mais baixo dos últimos 20 meses, nesta segunda-feira, o euro segue a perder 0,752%, para os 1,0609 dólares, aproximando-se cada vez mais da paridade face ao dólar.
“A primeira reação à demissão de Renzi é a queda do euro, mas o mais importante evento será a dissolução do Parlamento e eleições gerais em Itália”, afirmou Daisuke Karakama, economista do Mizuho Bank. “As eleições na Holanda, França, Alemanha e Itália, no próximo ano irão manter o euro sob pressão. O euro pode alcançar 1,02 dólares no período entre janeiro e março“, acrescentou o mesmo especialista.
Também o mercado da dívida está a sentir o impacto do desfecho eleitoral italiano deste domingo. A sessão de hoje está a ser marcada por um agravamento das yields soberanas, não só italianas, como as portuguesas, espanholas e alemãs. A taxa a dez anos sobe 6,7 pontos base, para os 1,969%, para Itália, 4,4 pontos, para 3,741%, para Portugal, e um ponto base, para Espanha. Já as bunds alemãs, agravam 1,8 pontos base, para os 0,299%, no mesmo prazo.
As ações asiáticas também acusaram o resultado eleitoral em Itália, com o índice japonês Nikkei 225 a resvalar 0,82%, enquanto as ações europeias também ensaiam uma abertura negativa.
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