Ageas pouco preocupada com possível entrada da Fosun no BCP
Grupo segurador belga pretende crescer organicamente em Portugal, mas não descarta novas aquisições. Exclui despedimentos após comprar Axa no início deste ano.
A eventual entrada dos chineses da Fosun (dona da Tranquilidade e Luz Saúde) no capital do BCP não preocupa os belgas da Ageas, que esperam que a joint venture estabelecida com o banco português na seguradora Ocidental, em 2005, continue proveitosa para ambas as partes.
“Estamos num mercado livre e podemos ser acionistas das empresas que quisermos. De qualquer forma, confio no ambiente regulatório em Portugal e há instituições que vão agir de for necessário”, declarou Steven Braekeveldt, presidente executivo do grupo na Europa Continental, num encontro com jornalistas, quando questionado sobre a possibilidade da Fosun entrar na estrutura acionista do BCP.
Esta posição foi reforçada por Nuno Machado, CEO Ocidental Vida, que sublinhou que o clima de incerteza em torno do banco liderado por Nuno Amado não tem ajudado à parceria. “Acredito que se o BCP tiver os problemas de capital resolvidos, se não estiver nas primeiras páginas dos jornais todos os dias, não estiver envolvida em rumores, será bom para o BCP e para o retalho. Portanto, quanto melhor estiver o BCP melhor será a nossa parceria“, considerou o responsável. “Da parte do BCP temos recebido boa vontade e compromisso. O acordo de parceria mantém-se. Tudo o resto é especulativo”, frisou ainda.
"Estamos num mercado livre e podemos ser acionistas das empresas que quisermos. De qualquer forma, confio no ambiente regulatório em Portugal e há instituições que vão agir de for necessário.”
O grupo adquiriu este ano a Axa Portugal e, embora pretenda crescer organicamente em Portugal, não descarta novas compras no país. “Se houver uma oportunidade o grupo olhará com interesse para o dossier. Mas acabamos de comprar a Axa. As coisas têm o seu tempo. E temos recursos limitados”, disse Braekeveldt.
“Não somos ingénuos”
Para a Ageas, “Portugal é um mercado muito importante“. Na Europa, de resto, o mercado nacional é o segundo maior contribuinte para os resultados do grupo.
O grupo detém a segunda maior seguradora em Portugal, apenas ultrapassada pela Fidelidade. Os objetivos nos próximos dois a três anos passam por aumentar a rentabilidade dos seus negócios, mais do que conquistar quota de mercado.
Questionado se a estratégia de otimização dos resultados em Portugal passará por uma redução de pessoal, a resposta da parte do CEO de todo o grupo, Bart de Smet, foi simples: “Não somos ingénuos. Temos de mostrar desempenho aos nossos acionistas. Mas não estamos num cenário negativo, em que estamos a pensar na redução de pessoal”.
“Os nossos parceiros têm todo o nosso apoio tanto financeiro como emocional para termos sucesso em Portugal”, acrescentou ainda Smet.
Também Braekeveldt foi claro quanto à política de pessoal a seguir nos próximos anos: “Queremos ter tanto sucesso em Portugal que queremos contratar. O objetivo é crescer. Mas se no futuro não tivermos este crescimento teremos de tomar medidas”.
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