Aigle Azur recebe 14 propostas de interesse na companhia aérea
A maioria das propostas são relativas à compra de “ativos isolados”, mas também existem “projetos de compra mais globais". No entanto, nenhuma delas prevê a compra da totalidade do grupo.
A companhia aérea francesa Aigle Azur, em processo de falência desde 2 de setembro, informou esta terça-feira que recebeu 14 manifestações de interesse, sem que nenhuma delas preveja a compra da totalidade do grupo.
Trata-se “essencialmente” de manifestações de interesse de compra de “ativos isolados”, diz a transportadora aérea em comunicado, adiantando que também existem “projetos de compra mais globais”.
As manifestações de interesse em relação à Aigle Azur surgem no âmbito do processo iniciado pelo administrador de insolvência designado para administrar a companhia aérea francesa.
Em qualquer caso, nenhuma das 14 propostas avançadas pode ser ainda aceite, pois os proponentes têm que apresentar os projetos de negócio e o seu financiamento, esclarece a transportadora aérea em comunicado, lembrando que o administrador judicial vai procurar que se concretizem para que seja possível a venda da empresa. A Air France confirmou à agência Efe que formalizou uma oferta, mas sem dizer no que consiste.
Segundo a imprensa há também a manifestação de interesse de Gérard Houa, um dos atuais acionistas da Aigle Azur (com 20% do capital), do grupo Dubreuil, casa-mãe das companhias Air Caraïbes y French Bee e do fundador da Airlinair e antigo dirigente da Air France Lionel Guérin.
Outras manifestações de interesse, que não se traduziram em propostas firmes, chegaram da britânica Esasyjet ou da espanhola Vueling, que em agosto, a poucos dias da suspensão dos pagamentos, tentou comprar uma parte do negócio.
A próxima audiência para tratar do futuro da Aigle Azur no Tribunal Comercial de Evry, arredores de Paris, decorrerá em 16 de setembro.
No sábado, a Aigle Azur cancelou todos os voos devido a problemas financeiros, segundo noticiou a agência AP. Entre os voos suspensos estão ligações a Portugal, Mali, Brasil e Ucrânia, sendo que a companhia aérea não pode garantir a devolução do dinheiro dos bilhetes marcados para datas posteriores a sábado.
A transportadora francesa voa para os aeroportos de Faro, Funchal e Porto, em Portugal.
Na sexta-feira, o secretário de Estado dos Transportes francês, Jean-Baptiste Djebbari disse numa entrevista à rádio RTL que o Governo francês estava a prestar assistência à companhia aérea e que esta tinha entrado com um pedido de insolvência nessa semana.
A Aigle Azur emprega 1.150 pessoas e opera voos entre vários destinos, incluindo entre França e Argélia, mas também conta com rotas para o Brasil, China, Rússia e outros países.
O tribunal, que nomeou um administrador de insolvência para a empresa, deu indicação aos potenciais interessados para apresentarem propostas até às 10h00 horas desta terça-feira.
Um dos principais ativos da Aigle Azur são os slots (direitos de descolagem/aterragem) que detém no aeroporto de Orly, em Paris.
O maior acionista da empresa é a chinesa HNA, que também já foi detentora de uma participação na TAP, com uma posição de 49% do capital.
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