Executivos da Thomas Cook receberam quase 40 milhões de euros em bónus 

  • ECO
  • 25 Setembro 2019

Nos últimos 12 anos, três CEO da Thomas Cook terão recebido quase 40 milhões de euros em prémios. O Fisco e o Parlamento estão a estudar a abertura de uma investigação à agência.

Nos últimos 12 anos, três diretores executivos da Thomas Cook receberam prémios milionários graças a estratégias comerciais agressivas e aos métodos contabilísticos, cuja honestidade está agora a ser posta em causa. Na semana em que a operadora turística anunciou falência, sabe-se agora que os executivos terão recebido quase 40 milhões de euros.

Durante anos, e apesar dos rumores da debilidade financeira da empresa, os altos cargos da companhia terão amealhado vários milhões de euros em complementos salariais. De acordo com o El País (acesso livre, conteúdo em espanhol), Manny Fontela-Novoa, ex-diretor executivo e que colocou em marcha o processo de expansão da companhia britânica, terá recebido mais de 17 milhões de euros em apenas quatro anos. Nessa altura, a fusão com a My Travel e levou ao despedimento de 2.800 pessoas.

Por outro lado, a sua sucessora, Harriet Green, terá arrecadado 10 milhões de euros em prémios, ainda que parte desse montante tenha sido doado a instituições de caridade. Já Peter Frankhauser, o último CEO da companhia, terá recebido mais de quatro milhões de euros em complementos salariais.

O deputado do partido Trabalhista e porta-voz para os assuntos económicos, John McDonnell, já reagiu e a esta situação e exigiu que os diretores devolvessem o montante recebido. O Governo britânico deu instruções para se abrir uma investigação explicita às contas da operadora turística.

A autoridade tributária britânica, juntamente com a Comissão de Economia do Parlamento, estão a estudar abrir uma investigação quer aos pagamentos recebidos pelos diretores, quer ao trabalho realizado pelas auditorias responsáveis pelas contas da empresa, a PwC e EY.

Devem responder a questões muito sérias sobre as suas práticas contabilísticas, a sua política de retribuições e sobre a estratégia financeira da companhia”, advertiu Rachel Reeves, membro da Comissão de Economia do Parlamento, citada pelo El País.

A Thomas Cook é uma das mais antigas agências de viagem do mundo, declarou falência esta semana, depois de não ter conseguido encontrar fundos necessários para garantir a sua sobrevivência, deixando 600 mil turistas por repatriar.

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