Confederação do Turismo confiante que 2019 vai ser mais um ano recorde no setor
"Faz-me confusão quando se fala em abrandamento ou em desaceleração. Estamos a crescer menos", diz Francisco Calheiros, presidente da CTP.
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, recusa-se a falar numa desaceleração do setor, garantindo, por isso, “estar zero preocupado” com crescimentos menores e confiante que 2019 vai voltar a ser um ano recorde.
Em declarações à agência Lusa, no âmbito do Dia Mundial do Turismo que se comemora hoje, Francisco Calheiros, lembrou – baseando-se nos números do Turismo de Portugal – que “os dados acumulados a julho são de mais 7% nos hóspedes, mais 4% nas dormidas e mais 7% nos proveitos.
Assim, diz: “Não acho isto bom, acho isto ótimo”.
Francisco Calheiros repudia, por isso, a consideração que se tem generalizado de que a atividade no setor turístico está, em 2019, em abrandamento, numa desaceleração do crescimento verificado nos últimos anos.
“É menos que os 10% que já subiu? É. E é óbvio que tinha que ser. Faz-me confusão quando se fala em abrandamento ou em desaceleração. Estamos a crescer menos. Há quantos anos crescemos consecutivamente? Há uma coisa que é certa: 2016 foi um ano recorde, 2017 foi melhor que 2016, 2018 foi melhor que 2017, 2019, com a tendência que estamos, vai ser melhor que 2018. Ou seja, estou zero preocupado na medida em que temos estado continuadamente a crescer”, refere ainda o presidente da CTP.
Para o responsável, “numa altura em que se tem mais de 20 milhões de hóspedes, tem-se mais de 60 milhões de dormidas”, estar a comentar crescimentos “de 4% e 7% é muitíssimo bom”.
Questionado se a sua perspetiva é de que este ritmo se vai manter, quando falta conhecer nesta altura os números do mês forte da época alta, agosto, e os de setembro, o presidente da CTP antecipa que estes níveis de crescimento até podem “diminuir um bocadinho”.
“Agosto não vai ser um mês muito forte por variadíssimas razões. A mais simples é que alguns hotéis do Algarve em agosto estão com 100% [de lotação], portanto quanto é que vão crescer? Zero. É mais fácil crescer na época mais baixa do que na época mais alta. Portanto, a minha visualização é que o mês de agosto em termos acumulados, ou mesmo o próprio mês, será de crescimento menor e a projeção que tenho para o fim do ano é que vai voltar a ser um ano de crescimento, vai ser outra vez um melhor ano do que 2018″, afirma, esclarecendo, no entanto, que será “com crescimentos mais moderados porque era impossível crescer” como se estava a verificar.
“Os empresários do turismo têm sido mesmo muito resilientes. O principal mercado, que é o inglês, o ano passado, por causa do ‘Brexit’, da libra, desceu 7,5%. Imagine-se uma empresa que perde 7,5% do seu principal cliente e mesmo assim cresce. Este ano, o nosso segundo maior cliente, a Alemanha, em julho decresce mais de 6% e mesmo assim continuamos com o melhor ano. Ou seja, em 2018 temos uma enorme queda de turistas britânicos, em 2019 de alemães, mas mesmo assim continuamos a crescer porque vamos buscar mais brasileiros, mais canadianos, mais coreanos, mais chineses e, sobretudo, mais norte-americanos”, sublinha ainda.
Francisco Calheiros volta “a saudar a aposta que a TAP fez nos EUA”, pois “há meia dúzia de anos” Portugal tinha “10 voos, agora 50 por semana e vamos ter 70” para aquele mercado, reforçando que o “turista norte-americano interessa muito, porque fica mais tempo e gasta mais dinheiro”.
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