Abanca, Totta e Crédito Agrícola fizeram disparar preço dos cartões de débito
Os três bancos foram os únicos que aumentaram as comissões dos seus cartões de débito nos primeiros seis meses do ano, ditando o aumento médio de 17%. No Abanca a subida foi de quase 80%.
Os bancos continuam a aumentar as comissões que cobram aos clientes. Na primeira metade do ano, essa tendência foi particularmente notória nos cartões de débito cujo preço aumentou, em média, quase 17%. Mas a maioria dos bancos não agravou esses custos. Essa subida deveu-se a três entidades: Abanca, Crédito Agrícola (CA) e Santander Totta. No Abanca a anuidade do cartão de débito disparou quase 80% nesse período.
Segundo o Banco de Portugal, as anuidades dos cartões de débito cresceram 16,66% nos primeiros seis meses do ano, para se situarem nos 16,87 euros, em média, no final de junho.
O retrato feito pelo regulador no âmbito da sinopse do Relatório de Supervisão comportamental revela, contudo, uma grande disparidade nos custos exigidos pelas diferentes instituições financeiras. Há bancos a não cobrar qualquer anuidade pelo cartão de débito, mas o custo máximo pode chegar aos 31,20 euros.
No conjunto das instituições que não cobram anuidade pelo cartão de débito estão o Banco CTT, o ActivoBank e o BNI Europa, enquanto o Banco do Brasil apresenta a comissão mais elevada: 31,2 euros.
Nenhum destes bancos procedeu a qualquer mexida nesta comissão nos primeiros seis meses deste ano, à semelhança dos restantes, indicam os dados do comparador de comissões do Banco de Portugal.
Mas houve três bancos a destoar dessa realidade, cabendo-lhes a responsabilidade pela subida média das anuidades identificada pela entidade liderada por Carlos Costa na primeira metade do ano.
Três bancos sobem anuidades dos cartões de débito
Fonte: Banco de Portugal
Os espanhóis Abanca e Santander Totta e o português Crédito Agrícola foram os únicos bancos que reviram em alta o custo da disponibilização de cartão de débito ao longo do primeiro semestre. Neste cenário, o Abanca foi o mais agressivo ao subir em 78,56% esse encargo.
Quando o ano se iniciou esta instituição financeira divulgava no seu preçário uma comissão de 14,56 euros pela disponibilização do cartão de débito. No final de junho, o preço já era de 26 euros. O ECO questionou a instituição financeira relativamente a este aumento de custo, mas não teve uma resposta atempadamente.
Evolução das anuidades dos cartões de débito
O Abanca é uma instituição com uma presença relativamente pequena em Portugal, sendo que tem vindo a procurar ganhar escala no mercado nacional. Uma das apostas nesse sentido foi a recente incorporação do negócio do retalho do Deutsche Bank.
Já o Crédito Agrícola apresentou a segunda maior revisão da anuidade dos cartões de débito: 21,43%. Em dezembro de 2018 o banco liderado por Licínio Pina apresentava uma anuidade de 14,56 euros. No final de junho já vigorava uma comissão de 17,68 euros naquela instituição financeira.
O Santander Totta acabou por ser aquele que apresentou a subida mais curta nesta comissão. Se no final de 2018 apresentava no seu preçário uma anuidade de 17,68 euros, em junho era de 18,64 euros. Ou seja, agravou em 5,43% a anuidade do cartão de débito.
Grandes bancos entre os 18,64 e os 20,28 euros
Os preços que passaram a ser exigidos na disponibilização do cartão de débito tanto pelo Crédito Agrícola como pelo Santander Totta, em junho, representaram uma aproximação à concorrência. Passaram a comparar com os 18,72 euros em vigor tanto na Caixa Geral de Depósitos, como no BCP e BPI. Entre os cinco maiores bancos, o Novo Banco apresentava o custo mais elevado: 20,28 euros.
Por sua vez, o aumento para os 26 euros protagonizado pelo Abanca colocou a respetiva anuidade em linha com a que vigorava no final de junho no Banco Montepio.
Tendo em conta os dados do comparador de comissões do Banco de Portugal que pode ser consultado no Portal do Cliente Bancário, desde junho apenas um banco aumentou a anuidade do cartão do débito. Trata-se do Eurobic que colocou esse encargo nos 18,72 euros, acima dos 15,60 euros que vigoravam em junho.
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