Deco alerta que comissões altas vão levar clientes a virar costas à banca
A associação de consumidores queixa-se do crescente valor das comissões bancárias e diz que há uma "disparidade" entre o que é cobrado aos clientes e o que lhes é oferecido. Reclamações aumentaram.
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco Proteste) acusa os bancos de aumentarem constantemente o valor das comissões bancárias e deixa um aviso: “ou arrepiam caminho e mudam de estratégia ou daqui a cinco ou dez anos alguns deles não estarão cá”.
Este alerta surge depois de, na quarta-feira, o Banco de Portugal (BdP) ter referido que entre janeiro e junho deste ano a comissão para disponibilizar um cartão de débito subiu 16,66%. Tito Rodrigues, do gabinete de assuntos jurídicos da Deco, alerta que com o surgimento de novas alternativas aos cartões multibanco, os consumidores podem procurar outras soluções e deixar de acorrer às instituições bancárias.
Em causa está a “desproporcionalidade nos valores que são cobrados e, sobretudo, até nos aumentos anuais que são impostos que levarão grande parte dos consumidores a procurar melhores soluções“, explicou o responsável à rádio TSF.
Referindo-se ao aumento das comissões bancárias, Tito Rodrigues, citado pela Rádio Comercial, afirma que há um “novo paradigma da banca” e destaca que “mais de 60% das receitas da banca nacional advém do comissionamento bancário“.
Nesse sentido, o responsável jurídico da Deco alerta para eventual colapso das instituições bancárias. “A continuar com esta política eu não prevejo grande futuro para grande parte dos bancos”. Tito Rodrigues contextualiza essa expectativa com “a pressão que algumas das empresas tecnológicas farão, entregando, por exemplo, sistemas de pagamento competitivos muito mais baratos tendo em conta aquilo que é a realidade do mercado dos bancos portugueses”. “Não temos dúvidas que a pressão será tal que muitos deles acabarão por colapsar”, vaticina.
Apesar de ainda não ter números oficiais relativos às queixas contra os bancos, a Deco refere que estes valores têm aumentado e que existe “uma disparidade entre aquilo que é cobrado aos clientes e aquilo que é, de facto, oferecido“. Além disso, Tito Rodrigues afirma que “os custos bancários têm subido e os salários não têm acompanhado essa subida”, destacando a classe média como uma das mais afetadas.
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