Como a Açoreana vai responder ao furacão Lorenzo

  • ECO Seguros
  • 2 Outubro 2019

Com uma quota de mercado superior a 50% no arquipélago, a Seguradoras Unidas preparou-se para sinistros que podem ir de muitos telhados a navios no valor de 12 milhões de euros.

Na tarde de dia 1 de outubro, antes de o furacão Lorenzo começar a mostrar uma violência que certamente afetaria as comunicações no arquipélago dos Açores, a Açoreana – marca que a Seguradoras Unidas manteve apenas neste arquipélago – enviou 12 mil SMS aos seus clientes avisando da situação que se aproximava e solicitando o contacto caso necessário. Foi o primeiro passo na abordagem a um previsível cenário de enorme destruição com chuva torrencial, rajadas de vento até aos 200 km por hora e vagas de 15 metros de altura a atingirem a costa.

Carlos Bettencourt, diretor da Açoreana : “Existe uma cultura de segurança nas populações, autoridades de proteção e segurados”

Passadas 24 horas, as previsões estiveram certas e a preocupação ainda se centra no mar e principalmente nas ilhas do Faial, Pico e Flores, onde o Porto das Lajes ficou muito danificado, podendo levar a dificuldades no abastecimento imediato da ilha.

Carlos Bettencourt, diretor comercial da Seguradoras Unidas nos Açores, que através da marca Açoreana, fundada em 1892, detém mais de 50% de quota de mercado no arquipélago, salienta que existe “uma cultura de risco muito grande nos Açores”, incluindo nesta procura da prevenção as populações, autoridades de proteção civil e segurados.

Os seguros estão bastante difundidos e em cenários de alguma regularidade de temporais e terramotos, os açorianos “protegem bem o seu património”, louva Carlos Bettencourt.

Os riscos que a Açoreana cobre são geridos no terreno por 12 lojas em todas as ilhas, exceto Corvo, e 50 agentes profissionalizados que também deram apoio pessoal aos clientes nos momentos antes e após a tempestade.

Os danos mais habituais são “telhados, portas, portadas, portões ou janelas, sinistros que vão até aos 1500 euros”, refere Bettencourt, “neste caso o importante não é tanto o valor de cada sinistro, mas a sua quantidade”, conclui.

No entanto, “também temos clientes como hotéis ou unidades industriais em que os sinistros podem atingir centenas de milhares de euros por que primeiro é o telhado, mas depois vai o recheio”, acrescenta o gestor.

O pior risco coberto são navios que podem atingir 12 milhões de euros de avaliação e são muito utilizados no tráfego inter-ilhas. Esses estavam sob vigilância há uns dias confessa Bettencourt, mas confirma-se que “não estavam em zonas de maior risco, seguindo a cultura de segurança existente nas ilhas” que passa por armadores e operadores saberem não colocar embarcações em perigo.

Apesar dos frequentes sinistros por causas naturais, o negócio segurador açoriano é rentável e, embora ainda seja cedo para calcular corretamente os dados causados pelo Lorenzo, a Açoreana pretende dar resposta rápida aos processos de sinistros e a pagar as indemnizações tão rapidamente quanto sensato for, garante Carlos Bettencourt.

Sendo a peritagem e a avaliação correta dos danos fundamental para a regularização dos sinistros, a Açoreana tem três formas de dar resposta: “para riscos complexos precisamos de entidades externas”, diz Bettencourt, “também temos lojas e mediadores que podem auxiliar na regularização, e temos a vídeo peritagem recorrendo a provas recolhidas até pelo próprio segurado”, conclui.

O próximo passo, que no dia 2 de outubro ainda é pouco seguro quanto a resultados, é avaliar concretamente os danos e, depois de tudo o que se passou, deve ser salientado que não há vítimas mortais.

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