Morreu Manuel Ferreira de Oliveira, ex-presidente da Galp

Ferreira de Oliveira, ex-presidente da Galp, faleceu este sábado. Tinha 70 anos. A informação foi avançada numa nota da Universidade do Porto e confirmada pelo ECO junto de fonte da petrolífera.

Manuel Ferreira de Oliveira, antigo Professor Catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e ex-presidente da Galp, faleceu este sábado. Tinha 70 anos.

A informação foi avançada numa nota da Universidade do Porto e já foi confirmada pelo ECO junto de fonte da petrolífera. Ferreira de Oliveira entrou na Galp pela mão de Américo Amorim em 2007, tendo na altura deixado a presidência da Unicer (cargo assumido por António Pires de Lima).

Abandonou a presidência da Galp em março de 2015. Ferreira de Oliveira colaborou com a Galp ao longo de cerca de 14 anos, primeiro como presidente executivo da Petrogal, tendo, numa segunda fase, sido eleito para liderar a comissão executiva da Galp, cargo que desempenhou durante cerca de nove anos.

Entre 1980 e 1995, Ferreira de Oliveira viveu e trabalhou na Venezuela e no Reino Unido, países onde desempenhou variados cargos na indústria petrolífera, ao serviço da Petróleos de Venezuela e da British Petroleum (BP).

Depois, em Portugal, foi presidente do conselho de administração e presidente executivo da Petrogal (1995-2000), presidente do conselho de administração e presidente executivo da Unicer (2000/2006) e administrador executivo da Galp Energia (2006), empresa da qual foi presidente da comissão executiva (CEO), desde Janeiro de 2007.

Logo após a saída da Galp, Ferreira de Oliveira foi liderar a Petroatlântico, uma empresa de capital de risco que na altura anunciou a intenção de investir na exploração e produção de petróleo e de gás natural no triângulo atlântico da lusofonia, – Portugal, Brasil e Angola. A maioria do capital do fundo era do Canadá e a empresa tinha três mil milhões de euros para investir.

De acordo com informação da Universidade do Porto, Ferreira de Oliveira cursou Engenharia Eletrotécnica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (1971) e obteve os graus de Master of Science e de Doutor em Engenharia na Universidade de Manchester. Recebeu formação na área de Gestão no IMD, em Lausanne, na Suíça, e em Harvard e na Wharton Business School, nos Estados Unidos da América.

Recorda a Universidade que “apesar de grande parte da sua carreira se ter direcionado para cargos de gestão e especialização na área do ‘Oil & Gas’ — em 2012 fundou o Instituto de Petróleo e Gas (ISPG) em parceria com a Universidade de Heriot-Watt (Reino Unido) que ainda hoje presidia –, Ferreira de Oliveira nunca deixou de parte a sua ligação à Academia. No que à Universidade do Porto diz respeito, foi membro do Senado de 2002 a 2005, assumiu a vice-presidência do Conselho Geral de 2010-2013 e era membro do Conselho de Curadores da Fundação desde 2015″.

Ao longo da carreira recebeu inúmeros prémios e distinções, tais como, “Personalidade do Ano 2006” (Recursos Humanos Magazine); “Carreira – Reconhecimento do Mérito” (Rotary 2006/2007); “Melhor Docente do MBA Executivo 2018/19” (Porto Business School); “Melhor CEO Europeu das Empresas Oil & Gas 2011” (inquérito Thomson Reuters); “The Best Leader in the Management of a Private Company in Portugal 2012” e “The Most Transformational Leader 2016” (Leadership Business Academy).

O corpo estará em câmara ardente na igreja de Cristo Rei (Porto) e as cerimónias fúnebres vão decorrer em local a anunciar.

“As contas devem ser o que são e não o que deveriam ser”

Há dois anos, participou no primeiro Congresso dos Gestores Portugueses, organizado pelo Fórum de Administradores e Gestores de Empresas, onde refletiu sobre a temática da ética nos negócios.

“As contas devem ser o que são e não o que deveriam ser”, dizia na altura Ferreira de Oliveira. Os bons gestores, na sua opinião, devem fazer assentar as suas decisões num código de ética, em “princípios e valores aos quais os colaboradores se devem vincular”.

Antes, ainda na chefia da Galp, e no âmbito do Best Leader Awards, Ferreira de Oliveira lamentava o facto de em Portugal haver “mais chefes gestores do que líderes” e deixava um conselho aos mais jovens, aspirantes a líderes: “Primeiro é que entendam o que é ser líder. Líder é ser um dinamizador de uma equipa, uma pessoa que é capaz de pensar a curto, a médio e a longo prazo em simultâneo e que tem em si energia suficiente para fazer o que diz que quer fazer e levar os outros a acompanhá-lo nessas grandes tarefas.”

Manuel Ferreira de Oliveira era um líder.

(Notícia atualizada às 19h19)

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