ASF: Já não há alertas vermelhos nos seguros em Portugal

  • ECO Seguros
  • 5 Novembro 2019

O risco dos ramos Não Vida desceu, pela primeira vez desde 2016, de risco Alto, o máximo, para Médio Alto, o segundo nível de uma escala de quatro. Persistem vulnerabilidades em algumas categorias.

Os riscos específicos dos ramos Não Vida tiveram um desagravamento no segundo trimestre deste ano, segundo o Painel de Riscos, um relatório trimestral regular, agora divulgado pela ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões para o período terminado em junho.

Os ramos Não Vida estavam no nível máximo de risco desde 2016 mas, segundo a ASF, “melhorias, a nível global, na taxa de sinistralidade e no rácio combinado, permitiram reduzir a notação de risco de alto para médio-alto”.

Com esta melhoria na análise, o risco específico dos Seguros Não Vida passa à classificação de Médio Alto onde continuam a estar os riscos de Interligações a outros setores ou atividades, os riscos macroeconómicos e os riscos específicos do Ramo Vida.

Com risco Médio Baixo permanece o risco de Crédito, o risco de Mercado e a rentabilidade e solvabilidade das empresas. A Liquidez continua a apresentar um baixo risco.

Tabela de Riscos da ASF

As principais observações da ASF para o segundo trimestre do ano e agora divulgadas são:

  • Reavaliação do Risco Soberano: Uma eventual reavaliação em alta dos prémios de risco soberano assume particular importância para o setor segurador nacional, tendo em conta a elevada exposição das carteiras de investimento a títulos de dívida pública.
  • Riscos de um mercado volátil: Aumento da volatilidade registado nos mercados obrigacionista e acionista, refletindo as expectativas dos investidores face a alterações ao nível da política monetária e, ainda, os receios de um cenário de reavaliação abrupta dos prémios de risco.
  • Imobiliário continua em alta: Continuidade do aumento dos preços deste mercado.
  • Menor investimento em banca: Em Interligações assistiu-se à diminuição da exposição a títulos de dívida soberana portuguesa, por contrapartida da dívida pública estrangeira, acompanhada ainda de um decréscimo do investimento em ativos emitidos pelo setor bancário.
  • Menor concentração por grupo económico: uma redução da concentração em ativos por grupo económico, apesar de esta conclusão não ser transversal a todos os operadores.
  • Rentabilidade em alta no setor Não Vida e em baixa no Vida: rendibilidade do setor segurador evoluiu favoravelmente para o segmento dos ramos Não Vida, enquanto o ramo Vida registou uma evolução menos positiva, dada a quebra observada nos resultados técnicos e nos prémios brutos emitidos.
  • Rentabilidade integral melhor para pequenas seguradoras: Alguns operadores de menor dimensão observaram resultados superiores, sendo a diferença justificada pela realização de mais-valias nos investimentos financeiros.
  • Solidez continua confortável: Os rácios de solvabilidade das empresas de seguros mantiveram-se em níveis confortáveis (173,8%), mantendo-se, contudo, uma dependência significativa da medida transitória sobre as provisões técnicas. O rácio de solvabilidade desreconhecendo essa medida foi de 134,3%, registando uma subida ligeira face ao trimestre anterior.
  • Segmento Vida contrai, mas com menos resgates: A produção em Vida apresentou uma contração face ao trimestre anterior. Em comparação com o trimestre homólogo, registaram-se reduções apenas num conjunto reduzido de operadores de maior dimensão. Verificou-se uma ligeira subida da taxa de sinistralidade dos produtos de risco e, em sentido favorável, uma diminuição da taxa de resgates.
  • Melhorias em Não Vida, sai do nível de risco máximo: O nível de prémios manteve-se estável, sendo de registar melhorias, a nível global, na taxa de sinistralidade e no rácio combinado, as quais permitiram reduzir a notação de risco de alto para médio-alto, o que se regista pela primeira vez desde 2016, quando a ASF iniciou a divulgação do Painel de Riscos.

Neste momento não há alertas vermelhos, mas persistem algumas vulnerabilidades a impactos externos nos principais fatores de risco do setor.

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