Seguro paramétrico rende 745 mil dólares à Costa do Marfim
Foi detetada seca prolongada através de dados fornecidos pelos serviços meterológicos locais. Depois de tratados por um software da African Risk Capacity, despoletou o processo de indemnização.
O défice de chuvas na Costa do Marfim levou uma agência especializada em cobertura de riscos da União Africana a pagar 745 mil dólares ao governo do país depois de ter sido acionada uma apólice de risco paramétrico.
O dinheiro recebido será distribuído por mais de 32 mil pessoas cuja atividade agrícola foi afetada pela falta de chuvas, o correspondente a 6500 famílias. A verba foi paga pela African Risk Capacity (ARC), um organismo da União Africana especializado no apoio aos governos africanos para melhorarem as suas capacidades de resposta a desastres naturais e alterações climáticas.
Uma das formas de apoio é o seguro paramétrico, que oferece cobertura em situações relacionadas com as alterações climáticas, sendo utilizado habitualmente um parâmetro meteorológico que se combina com o fluxo de receitas ou estrutura de custos. No âmbito deste tipo de seguro a ARC também pagou 23 milhões de dólares ao governo do Senegal devido a uma crise de seca.
A ARC utiliza um modelo de risco paramétrico chamado Africa RiskView que, no caso da Costa do Marfim, detetou que a falta de chuva na região central do país iria colocar em risco a segurança alimentar de 400 mil pessoas.
A missão da ARC é usar os modernos mecanismos financeiros, como uma pool de riscos e transferência de riscos, para criar sistemas pan-africanos de resposta climática que permitam aos países do continente corresponder às necessidades de populações afetadas por desastres naturais.
Ao agrupar os riscos, a ARC tem acesso aos mercados globais de resseguros que lhe permitem assegurar capacidade para gerir o seu portfolio, passando as eficiências do resseguro aos países africanos participantes.
A Costa do Marfim aderiu ao seguro paramétrico em 2019, tendo comprado a cobertura do défice de chuvas nas regiões centro e norte do país.
A ARC conta com 33 países africanos como estados membros, entre eles os membros da CPLP Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau. Já efetuou 36,8 milhões de dólares de pagamentos rápidos, assiste 2,1 milhões de pessoas e tem 400 milhões de dólares de coberturas por risco de seca.
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