Jogadores de futebol apostam em poupança para reforma
Apenas 34% dos jogadores de futebol profissional tencionam financiar a sua reforma recorrendo aos descontos para a Segurança Social, revela inquérito das autoridades de supervisão financeira.
A fonte de financiamento da reforma a que os jogadores de futebol mais recorrem em Portugal é a dos planos de poupança, revela o Inquérito à Literacia Financeira destes profissionais, um projeto do Banco de Portugal, da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol.
Segundo o inquérito cerca de 38% dos inquiridos recorrer aos planos de poupança para financiar a reforma, um valor que contrasta com a população em geral, em que apenas 11,9% dos entrevistados assinalaram esta opção.
Em contrapartida, apenas 34% dos jogadores de futebol profissional tencionam financiar a sua reforma recorrendo aos descontos para a Segurança Social, enquanto na população em geral esta opção foi referida pela generalidade dos entrevistados (82,2%).
Mais de metade dos jogadores de futebol entrevistados detém produtos de poupança e/ou investimento, como depósitos a prazo, certificados de aforro, planos de poupança para a reforma ou ações e cerca de 22% detêm produtos de crédito.
Para escolher estes produtos financeiros 50,9% dos jogadores entrevistados recorrem ao conselho de familiares e/ou amigos, uma proporção semelhante à verificada na população em geral (51,1%). Todavia, os jogadores de futebol profissional revelam uma menor propensão para recorrer à informação prestada pelas instituições do que a população em geral. Apenas 3,8% dos jogadores referiram que recorriam ao conselho dado ao balcão da instituição na escolha de produtos e serviços financeiros, enquanto na população em geral esta foi a fonte de informação mais frequentemente referida (59% dos entrevistados).
O documento revela que a generalidade dos jogadores entrevistados (91,3%) gere o seu próprio rendimento e a maioria (79%) faz esta gestão sozinho. Apenas 7% dos entrevistados afirmaram que o seu rendimento é gerido exclusivamente por terceiros, sejam familiares (4,2%) ou agentes, contabilistas ou gestores (2,8%).
Comparando os resultados dos jogadores de futebol profissional com os resultados do Inquérito à Literacia Financeira da população portuguesa realizado em 2015, verifica-se que os jogadores entrevistados são mais propensos a gerir o seu próprio rendimento do que a população em geral, referem as conclusões do inquérito.
Mais de metade dos jogadores (56,4%) afirma que faz o orçamento familiar e, destes, a maioria (72,4%) faz este exercício mensalmente. A generalidade dos jogadores entrevistados tem por hábito realizar poupança (92,2%) e a grande maioria poupa com regularidade (81,4%).
O Inquérito à Literacia Financeira dos jogadores de futebol teve como objetivo conhecer atitudes e comportamentos financeiros dos jogadores da I Liga, da II Liga, do Campeonato de Portugal e do Campeonato de Futebol Feminino, profissionais que enfrentam desafios específicos de uma carreira de curta duração e desgaste rápido, que exige uma preparação financeira adequada do período pós carreira.
Dos 424 jogadores de futebol profissionais entrevistados, a grande maioria (88,9%) é do sexo masculino e joga na I Liga (26,9%), na II Liga (51,9%) e no Campeonato de Portugal (10,1%). Os entrevistados do campeonato de Futebol Feminino correspondem a 11,1% da amostra.
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