Catarina Martins diz que Governo entregou Orçamento “como se tivesse maioria absoluta”
A líder do Bloco argumenta que o Executivo está a ignorar o mandato que recebeu nas eleições e diz que nem as propostas "de convergência" que o BE entregou ao Governo foram consideradas no OE2020.
Catarina Martins acusa o Governo de se comportar “como se tivesse maioria absoluta” ao não contemplar no Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) propostas do programa eleitoral dos socialistas nem mesmo as que o próprio Executivo fez há cerca de meio ano. A líder do Bloco diz que há “necessidade de negociação”.
Esta foi a mensagem que a líder do Bloco de Esquerda transmitiu aos jornalistas, e que passaram na RTP3, à saída do encontro com o Presidente da República que está desde ontem a ouvir os partidos no âmbito do OE2020.
Catarina Martins mostrou-se preocupada e deu exemplos de três áreas onde o PS “se quiser negociar” tem de dar “sinais concretos”. São elas:
- O investimento na habitação é “praticamente é inexistente” e “não cumpre sequer o que estava no programa do PS”, disse, lembrando que muito menos cumpre o que o Bloco pretende.
- Em “questões salariais“, Catarina Martins acusa o Executivo de fazer um Orçamento que tem “menos do que estava no Programa de Estabilidade” que data de abril último.
- Além disso, a líder bloquista afirma que quando olha para o IVA da energia ou a resposta aos trabalhadores por turnos e o acesso à reforma vê “projetos de intenções sem nenhuma capacidade de concretização”.
A líder do Bloco de Esquerda diz que o partido vai agora “com todo sentido de responsabilidade”, mas não esquecendo o mandato que o partido tem, avaliar as propostas que fará para o Orçamento do Estado, que depois da votação na generalidade, a 10 de janeiro, entra na fase de especialidade.
Embora considere que o PS terá de “negociar”, a líder do Bloco de Esquerda lamentou a disponibilidade do Governo antes da apresentação do OE2020. “O Bloco de Esquerda teve o cuidado de fazer chegar ao Governo propostas de convergência” durante o período de conversações que “em concreto não estão refletidas no OE”. Catarina Martins sublinhou que as propostas feitas nem sequer foram as do Bloco mas sim propostas de aproximação.
No OE “são abertas algumas portas mas não estão concretizadas” e os “enunciados não são suficientes“. O PS não se pode esquecer que “os portugueses não lhe deram maioria absoluta”, insistiu.
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