Maria Luís Albuquerque diz que a banca não está “nada bem”
A ex-ministra das Finanças dá como exemplo a CGD onde "tem havido uma sucessão de erros, uns atrás dos outros e a situação continua por resolver".
A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque afirmou que as coisas “não estão a correr nada bem” na banca portuguesa, discordando da opinião do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“Respeitosamente, permite-me discordar do senhor Presidente da República. Eu acho que, de facto, as coisas não estão a correr nada bem na banca, nada do que tem sido os desenvolvimentos recentes e a atuação do Governo nos permite, no meu ponto de vista, tirar a conclusão de que as coisas estão a correr bem”, disse hoje a ex-governante, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
À margem do jantar/conferência “Portugal e a `Troika´, antes e depois”, organizado pelo Núcleo de Grijó/Sermonde do PSD/Gaia, a social-democrata frisou que, “então” na Caixa Geral de Depósitos (CGD), tem havido uma sucessão de erros, uns atrás dos outros e a situação continua por resolver.
“E o Governo já tomou posse há mais de um ano”, acrescentou.
Quanto aos lesados do BES, Maria Luís Albuquerque adiantou já ter ouvido “pelo menos” três anúncios de datas para solucionar os seus problemas, mas até agora nada foi anunciado.
A vice-presidente do PSD considerou que nada do que tem acontecido a leva a ter “qualquer tranquilidade” sobre a situação da banca em Portugal, porque o que tem visto são “anúncios de soluções que podem vir ou não a acontecer”.
A estratégia que tem sido seguida pelo Governo de António Costa não é a correta porque não tem posto o país a crescer, opinou.
“Basta ver os resultados económicos, ou seja, um crescimento, quer este ano, quer para os próximos anos, inferior àquilo que tivemos em 2015, além de o investimento estar a cair. Nada na atuação do Governo e do doutor António Costa nos levam a acreditar que as coisas podem resultar para um futuro melhor porque estamos quase no fim do ano e, francamente, não correu bem”, considerou.
Segundo a antiga ministra, esta atuação retira confiança ao país, elemento essencial para que haja recuperação económica e investimento.
Questionada sobre se a liderança de Pedro Passos Coelho está fragilizada, a vice-presidente do partido referiu que não faz qualquer sentido discutir esta matéria.
“Houve congresso este ano e não se apresentou mais nenhum candidato. Pedro Passos Coelho, depois de ganhar as eleições legislativas, foi reeleito com mais de 95% dos votos, portanto, não faz sentido sequer comentar”, sustentou.
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