Acidentes de viação com futebolistas justificam cursos nos clubes
Dezoito grandes acidentes envolvendo craques do futebol em carros desportivos, com três vítimas mortais em 11 anos, levam clubes a promover lições de condução e cursos de segurança rodoviária.
Cristiano Ronaldo (‘CR7’), internacional português atualmente a jogar pela Juventus, integra a tabela de futebolistas com registo de acidente de viação ao volante de automóveis desportivos.
A Atlas Magazine, uma publicação especializada do setor segurador, lista um total de 18 acidentes com estrelas da modalidade envolvidas, entre 2008 e 2019, em acidentes de trânsito com desportivos topo de gama.
A Ferrari domina entre as marcas mais acidentadas (sete sinistros com estrelas do futebol no período considerado). Aliás, foi ao volante de uma máquina do emblema de Maranello que CR7 teve o acidente, em janeiro de 2009, na região de Manchester, Reino Unido. Com carros da mesma marca sofreram acidentes Neymar Junior do PSG, Niang do Rennes, Arturo Vidal do Barcelona, Banga do Sevilha e Saha da Lazio.
Mario Balotelli protagonizou dois acidentes ambos quando estava ao serviço do Brescia, em 2010 com um Audi R8 e em 2016 com um Bentley e Martin Cáceres, do Fiorentina, registou dois acidentes em 2013 com um Porsche e dois anos depois com um Ferrari.
Para proteger os jovens profissionais e ajudar a prevenir o risco desta categoria de sinistros, alguns clubes e/ou entidades federativas de ligas europeias estão a promover cursos e aulas de condução especialmente dirigidas aos craques.
No saldo dos sinistros referidos, a maioria dos craques saiu ileso ou com ferimentos ligeiros, mas três jogadores perderam a vida nestes acidentes de trânsito, o último dos quais foi José Antonio Reyes (entre outros clubes, passou pelo Benfica), falecido em junho de 2019 em resultado de um despiste, seguido de incêndio, quando seguia ao volante de um Mercedes Brabus, perto de Sevilha. Também morreram em acidentes Junior Malanda do Wolfsburg e Sterchele do Brugges.
De acordo com a Atlas, um dos elementos comuns nesta classe de acidentes de trânsito é a idade jovem dos desportistas envolvidos, ainda sem maturidade suficiente para medirem o risco do excesso de velocidade em vias públicas. Alguns jovens profissionais de grandes clubes arriscam até experiências ao volante sem sequer estarem habilitados com uma licença de condução, observa a mesma fonte.
Cientes do risco que os seus jogadores podem correr, alguns dos principais clubes de futebol decidiram facilitar cursos de condução especialmente desenhados para os seus atletas. Na Inglaterra, alguns clubes da Premier League assinam contratos para permitir que os seus jogadores treinem em carros desportivos, testando ao mesmo tempo níveis de stress e adrenalina.
Em França, os clubes ainda não investiram em cursos com potentes automóveis desportivos e circuitos de corrida. No entanto, o projeto federativo “Open Football Club” dá acesso, especialmente aos mais jovens, a workshops de segurança rodoviária.
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