Q&A Valdemar Duarte: Como a Ageas é líder entre as gestoras de fundos de Pensões

A Ageas Pensões reforçou o primeiro lugar quanto a montantes geridos em fundos de pensões que em 2019 cresceram 12,1% para 21,8 mil milhões de euros, atingindo o nível de 2009, o mais alto de sempre.

A Ageas Pensões SGFP reforçou a liderança enquanto sociedade gestora de fundos de pensões em 2019 , atingindo uma quota de mercado total de 27,4% num mercado que cresceu 12,1% e atingiu o nível de montantes geridos de 2009, que tinha sido o mais elevado de sempre.

Valdemar Duarte, é responsável pela sociedade gestora de fundos de pensões da Ageas, que administra 5,2 mil milhões de euros no total e tem a seu cargo o fundo de pensões do Grupo Banco Comercial Português, o maior em Portugal, com um valor de 3,72 mil milhões de euros (ver no final deste texto o ranking das 18 gestoras de fundos de pensões por montantes geridos e a lista dos 25 maiores fundos de pensões portugueses).

Valdemar Duarte: “Estamos na cauda da Europa com menos de 4% da população abrangida por fundos de pensões enquanto na Europa estas percentagens ultrapassam em muitos casos os 50%”.

 

Valdemar Duarte respondeu a perguntas de ECOseguros sobre o que se passou em 2019 e o que prevê para 2020.

Qual o motivo para um crescimento dos Fundos de pensões em geral em 2019?

Existem duas razões fundamentais para explicar o crescimento do mercado de fundos de pensões em 2019, ambas com pesos aproximados: rendibilidade que, em média, deverá ter estado próxima dos 8% e a descida das taxas de juro, com que se avaliam as responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido, em cerca de 0.7%, que pode ter representado um aumento das necessidades de financiamento em cerca de 10%. A estes valores positivos deve-se deduzir o normal pagamento das pensões. Estes valores são estimativas dado que não existe ainda informação detalhada sobre estas variáveis.

Foram apenas esses motivos que levaram a Ageas a obter um pouco mais de crescimento que o próprio mercado?

O motivo para que Ageas Pensões tenha apresentado um crescimento de 14,7%, superior em 2,6% à média de mercado, deve-se, para além dos fatores descritos, ao lançamento – bem sucedido – das pensões flexíveis. Estas são uma alternativa às rendas vitalícias para quem se reforma num fundo de pensões de Contribuição Definida, mas também para clientes particulares reformados que transformem poupança ou habitação (com exclusão de tributação de imposto de mais-valias) numa fonte de rendimento regular.

Como antevê 2020 quanto a montantes geridos e captação de mais poupanças para fundos de pensões?

Em 2020 é natural que as duas principais fontes de crescimento de 2019 tenham uma dimensão mais reduzida, mas é possível que a poupança de particulares tenha alguma expressão no crescimento do mercado. O PEPP – Pan-European Pension Product pode também vir a ter expressão, mas só após 2021.

Considera possível que mais empresas se interessem por constituir Fundos de pensões?

Poucas são as empresas que fazem hoje fundos de pensões e as que os fazem são na sua maioria empresas multinacionais. Enquanto não ficar claro em termos políticos que é indispensável reforçar as pensões da segurança social com esquemas complementares de reforma. E que as contribuições das empresas e dos seus colaboradores, devem ter algum estímulo fiscal. E ainda contar com o envolvimento da contratação coletiva, dificilmente os planos de pensões de empresas terão um crescimento significativo.

Por agora estamos na cauda da Europa com menos de 4% da população abrangida e na sua maioria em fundos de pensões que já não abrangem os novos colaboradores, enquanto na Europa estas percentagens ultrapassam em muitos casos os 50% e com um forte ritmo crescimento, mesmo em países do sul da Europa como, por exemplo, a Itália.

No entanto, não perdemos a esperança que num futuro próximo algumas destas mudanças se tornem efetivas e, mesmo sem incentivos, que exista um crescimento deste mercado.

Ageas, CGD e BPI Vida e Pensões lideram o ranking das gestoras

Dados divulgados pela ASF, entidade supervisora dos seguros e fundos de pensões, indicam que no final de 2019 existiam 18 entidades gestoras que geriam 232 fundos de pensões num valor total de 21,83 mil milhões de euros.

Das 18 entidades 8 são seguradoras que gerem 74 fundos de pensões com um valor de 3,8 mil milhões de euros e 10 são sociedades gestoras de fundos de pensões, responsáveis por 158 fundos no valor de 18 mil milhões de euros.

Durante o ano de 2019, extinguiram-se quatro fundos de pensões (três fechados e um PPR). No mesmo período foram constituídos três fundos de pensões abertos e quatro fundos de pensões PPR, resultando destes movimentos um aumento de três fundos de pensões sob gestão face ao ano anterior.

No ranking das entidades gestoras de fundos de pensões, mantiveram-se as posições relativas das primeiras cinco entidades, as quais concentram cerca de 80% do volume total de montantes geridos.

O ranking das sociedades gestoras ou seguradoras por montantes geridos em fundos de pensões, em milhares de euros, é como segue:

Fonte: ASF

Os 25 maiores fundos representam 85% dos montantes geridos

No ranking dos maiores fundos de investimento, de um total de 232 os 3 maiores representam 40% do total dos montantes geridos, os 5 maiores têm 55%, os 10 maiores cerca de 70% e os 25 maiores representam 85% do total.

Os 25 maiores fundos de pensões, em milhares de euros, são como seguem:

Fonte: ASF

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