66% das empresas de mobiliário prevê recorrer ao lay-off
A percentagem de empresas em regime de lay-off deverá atingir os 66% ao longo do próximo mês. 70% das empresas inquiridas estima perdas de faturação superiores a 50% já em abril.
Dois terços das empresas do cluster do mobiliário prevê recorrer ao lay-off simplificado durante o mês de maio, avançou a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (Apima).
Segundo este inquérito realizado entre 23 de março e 7 de abril, a esmagadora maioria das empresas pretende recorrer às medidas de apoio anunciadas pelo Governo, nomeadamente o lay-off simplificado (66%), a flexibilização fiscal e contributiva (62%), as linhas de crédito (48%) e a moratória aos créditos bancários (6%).
A Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário apela a uma estratégia e medidas de apoio a médio e longo prazo. “É fundamental que a banca e as demais entidades envolvidas facilitem o acesso às linhas de financiamento anunciadas, quer ao nível das garantias, quer, sobretudo, das taxas de juro, que se encontram a níveis inaceitáveis, face à atual conjuntura”, diz Gualter Morgado, diretor executivo da Apima.
Uma das conclusões deste inquérito da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário mostra que a maioria das empresas (93%) tem dificuldades na interpretação e no acesso aos mecanismos de apoio.
Quebra nas encomendas. Faturação vai afundar
Para além do desafio em entender os mecanismos de apoio aprovados pelo Governo, as principais dificuldades das empresas do setor prende-se na diminuição das encomendas (88%), problemas na cadeia de distribuição (60%) e nos fornecimentos (45%) são as principais dificuldades das empresas inquiridas. Paralelamente, 42% dos auscultados revelam ter sido prejudicados pelo cancelamento de eventos, como é exemplo o Portugal Home Week, principal evento da Fileira Casa Portuguesa.
Fruto destas dificuldades, um terço das empresas revela perdas superiores a 50%, já no mês de março, em relação ao período homólogo. Em abril, 21% dos inquiridos estima quedas de faturação na ordem dos 25%, “enquanto 70% das empresas do setor estima perdas de faturação superiores a 50% já no mês de abril e um terço antecipa uma quebra desta ordem no acumulado do ano”, segundo dados do inquérito realizado junto dos 200 associados da Apima.
Em relação às previsões anuais, 30% das empresas prevê uma queda superior a 50%, quase dois terços das empresas inquiridas calculam uma redução na ordem dos 25% e apenas 4% estima perdas até 10%, quando comparado com o ano passado.
O cluster do mobiliário e afins é um dos mais exportadores da economia nacional. O ano passado, os setores que o compõe, que conta com 4,500 empresas e 31 mil trabalhadores, atingiram um valor recorde de exportações, superando os 1,9 mil milhões de euros. Cerca de 90% da produção de mobiliário tem como destino o mercado externo, em particular França e Espanha, países europeus bastante afetados por esta pandemia mundial.
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